As eleições estão chegando. E, daqui até meados de setembro, pode apostar que os “forasteiros” vão começar a aparecer no pedaço. Mesmo as eleições sendo para presidente, governador, senadores, deputados federais e deputados estaduais/distrital, muitos virão em busca do seu voto.
Fique atento, pois é neste momento que eles prometem fazer de tudo. Só que, depois, quando eleitos, esquecem do bairro por mais quatro anos. E assim segue. Exemplos não faltam, como a reportagem mostra em seguida nesta matéria. Itaquera possui mais de 600 mil habitantes e pode eleger, pelo menos, de 6 a 8 vereadores com vontade de trabalhar e fazer melhorias pelo bairro. Mas na verdade, não se elege nenhum.
Depois de tantos acontecimentos no cenário político, este é o ano de saber votar. As pessoas devem avaliar quem realmente fez e faz pelo seu bairro. E o Jornal Desenvolve Itaquera também entrará neste processo.
A equipe vai em busca de informações de políticos que fizeram em prol de Itaquera. Desafio? Sim! Mas fica aqui o compromisso com você, nosso leitor. Por hora, trazemos, mais uma vez, à tona alguns dos projetos que não saíram do papel ou que dependem de uma simples conversa e acerto administrativo para impulsionar o crescimento do bairro.
Nos últimos meses, a reportagem conversou com várias pessoas quanto às dificuldades que o bairro enfrenta. Entre as principais queixas está a falta de projetos concretizados, principalmente aqueles que deveriam ter sido entregues até 2014, ou seja, o ano da Copa do Mundo no Brasil. A Copa da Rússia irá começar e muitos dos projetos ainda se arrastam.
A conclusão do novo Terminal de Ônibus Urbano de Itaquera, é um destes casos. Segundo informou a Secretaria Municipal de Serviços e Obras (SPObras), estão sendo finalizados os pilares da plataforma de desembarque e realizados serviços de escavação e fundações, e que o planejamento orçamentário do exercício de 2018 prevê os recursos necessários para o andamento das obras, que estão previstas para serem totalmente concluídas em 2021.
O valor do contrato é de R$ 456 milhões e engloba a ampliação do atual Terminal Itaquera (que foi concluída em junho de 2014), a construção do novo terminal Itaquera (este que segue em andamento) e a implantação de oito quilômetros de corredores de acesso ao terminal. E sabe os elevadores que dão acesso à passarela do Metrô Corinthians-Itaquera, que foram “destruídos” logo depois da Copa do Mundo aqui no Brasil? Eles só serão recuperados depois que as obras do novo terminal forem concluídas pela SPObras. Inclusive, o assunto voltou a ser alvo de reportagem do “Bom Dia São Paulo” recentemente.
SEM FÓRUM E INCUBADORAS
Depois de muita insistência, a OAB Itaquera e a Câmara dos Dirigentes Lojistas e Itaquera conquistaram, junto à Prefeitura, ainda na gestão do prefeito Fernando Haddad, a transferência do terreno ao lado da Arena Corinthians, ao Governo do Estado, para que pudesse ser construído o novo Fórum de Itaquera.
A esperança em 2017, quando o prefeito João Doria assumiu, pelo fato dele ser do mesmo partido do governador Geraldo Alckmin, era de que o processo administrativo para a transferência do terreno fosse concretizada. O ano passou, chegou 2018, ambos se desligaram dos cargos para concorrer às eleições de governador e presidente, e nada foi aprovado.
Outro projeto que há anos aguarda por ambas as esferas refere-se ao Polo Tecnológico Itaquera. Ele deveria ocupar toda a área lindeira do Metrô Corinthians Itaquera e já tinha até projeto pronto.
Entretanto, só ficou no papel o que poderia dar um outro status para a região, com encubadoras e projetos tecnológicos de ponta e outras escolas técnicas de ensino.
TRÂNSITO PARADO
O projeto binário de trânsito também não saiu do papel, assim como outras adequações para melhorar a fluidez do vaivém dos carros de quem mora em Itaquera ou está só de passagem pelo bairro. Nos horários de maior movimento, já é possível ver engarrafamentos em avenidas como Itaquera e Harry Dannemberg, São Teodoro, Sábado D’Angelo, entre outras, que chegam a parar.
Outro problema refere-se à Avenida Jacu-Pêssego. É neste endereço que deveria estar em funcionamento, desde 2014, um dos maiores corredores de ônibus da Zona Leste. As obras do BRT Metropolitano Perimetral Leste/Jacu-Pêssego não começaram e, pelo visto, estão bem longe de saírem do papel.
Na tentativa de pressionar a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), governo do Estado e Prefeitura, até audiência foi realizada para mostrar a importância do corredor de ônibus para a região leste, na sede da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Itaquera. Mas até agora, nada. Tudo parado, como o trânsito que também se forma na Jacu, todos os dias.
O Trecho 2, que seguirá ao longo da Jacu-Pêssego, no limite entre os municípios de Guarulhos e São Paulo, foi até priorizado para o desenvolvimento dos projetos e obras, por conta da demanda.
Foram projetadas 15 estações de embarque e desembarque, oito passarelas e a Estação de Transferência Dom Bosco, onde haverá integração com os trens da CPTM.
Ainda pelo projeto, devem passar pela avenida 171 ônibus articulados para atender cerca de 175 mil passageiros por dia. Há previsão de 25 estações e dois terminais, faixas exclusivas e baias de ultrapassagem.
Nos pontos de parada ainda estão previstas passarelas ou faixas semaforizadas, bem como elevadores e escadas rolantes. Vale lembrar também que o término das obras estava previsto para 2017!
MEIO AMBIENTE ESQUECIDO
E tem mais projetos que estão à espera de governos que possam tirá-los do papel. Caso da reestruturação de toda a margem do córrego Rio Verde. Há um projeto que contempla toda a sua revitalização, inclusive com a interligação da Ciclovia Caminho Verde, que percorre a Avenida Radial Leste, entre as estações do Metrô Tatuapé e Corinthians-Itaquera.
Nada saiu do papel e a nascente deste mesmo córrego, na Rua Arcária Paulistana, continua sem a devida atenção da Prefeitura. Na edição anterior do Jornal Desenvolve Itaquera a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente disse que o projeto não foi englobado no Plano Plurianual 2018-2021.
Além disso, o Parque Linear concentra-se apenas no perímetro do parque já implantado, não havendo nada proposto no orçamento para a sua expansão.
INCENTIVOS FISCAIS
Ótima notícia para a região foi a instalação da Atento, na Avenida Jean Khoury, 450, motivada pelo Programa de Incentivos Fiscais que a Prefeitura oferece, com o objetivo de estimular o desenvolvimento econômico e social da região.
Entretanto, muitos empresários desconhecem o programa e sequer têm acesso às informações de como participar. Em vários momentos, a reportagem ouviu este questionamento, e várias foram as lideranças que pediram a vinda de um representante do setor responsável para a sede da Prefeitura Regional Itaquera, para esclarecer os empresários do setor de serviços, sobre como ter acesso aos benefícios concedidos, e que não são poucos. Até agora, nenhuma medida foi tomada neste sentido.
ADESÃO ATÉ 2019
Podem participar serviços de informática, call center, data center, hospedagem de qualquer natureza, serviços de educação, serviços de saúde, medicina, veterinária, cuidados pessoais, serviços de instalação, montagem, manutenção e conservação de máquinas e equipamentos, alfaiataria, costura, tinturaria e lavanderia, carpintaria e serralheria.
O Programa de Incentivos Fiscais para a Zona Leste terá duração de 25 anos, que começaram a ser contados a partir de 1º de fevereiro de 2014, e seu perímetro abrange o entorno da Avenida Jacu-Pêssego e da USP Leste.
A adesão pode ser feita on-line no endereço https://zonaleste.prefeitura.sp.gov.br e deverá ser efetuada até o dia 31 de janeiro de 2019, por opção do contribuinte, mediante apresentação da Declaração de Adesão ao Programa de Incentivos Fiscais (DPI), conforme informado pela Prefeitura na inauguração da Atento, no dia 10 de março deste ano.
PASSARELA ABANDONADA
Com 185 metros de extensão, a passarela de acesso à Arena Corinthians, que começa na Rua Boipeva e liga a região norte de Itaquera ao estádio, passando sobre os trilhos do Metrô, da CPTM e da Radial Leste, está cada dia pior.
Mesmo sendo alvo de reportagens de inúmeros veículos de comunicação, inclusive da grande imprensa, nada é feito para conter os problemas apresentados.
Praticamente um portal de entrada para o bairro, o que se vê ao passar pela estação Artur Alvim é um “esqueleto” de ferro que está se deteriorando cada vez mais. Uma obra que custou muito aos cofres públicos, agora não serve para nada. Quando se vai ao endereço, não se vê ninguém utilizando a passarela por medo.
Não há nenhum tipo de segurança, as lâmpadas foram retiradas, assim como a fiação e os vidros. Pichações não faltam e as pessoas estão indignadas com o descaso das autoridades, principalmente com a Prefeitura, com o que virou a passarela.