Setembro é considerado o mês do calendário representado pela cor amarela, em prol da campanha de conscientização sobre a prevenção ao suicídio.
São trinta dias a mais no ano para se dialogar, e principalmente desmistificar as especulações que rondam este problema, que muitas vezes atua de maneira silenciosa e, ao mesmo tempo, com números alarmantes, considerando que a cada 40 segundos uma pessoa morre no mundo, segundo relatório da Organização Mundial da Saúde.
Em acompanhamento à expansão necessária do debate com foco na prevenção ao suicídio, a professora do curso de Enfermagem da Faculdade Santa Marcelina, Grasiella Bueno Mancilha, reforça a atenção em relação aos demais meses do ano, quando o tema não está tão em evidência.
“Não devemos deixar apenas para conversar sobre essa e outras questões do adoecimento mental em um único mês do ano. O ‘Setembro Amarelo’ é muito importante para a visibilidade do tema, mas também se torna essencial, inclusive para transformar o olhar da sociedade, a busca, durante todo o ano, por novas formas de compreensão e ajuda às pessoas que tentam contra a própria vida e que consideram não suportar mais a dor”, explica Grasiella.
PLANO DE AÇÃO
Com base no material divulgado este ano pelo Ministério da Saúde, o Brasil está entre os países que fazem parte do Plano de Ação em Saúde Mental 2015-2020, lançado pela Organização Pan Americana da Saúde (OPAS), que visa acompanhar os índices anuais de mortes, que atualmente tem uma média de 11 mil pessoas por ano no País, e o desenvolvimento de programas de prevenção.
“Segundo a Cartilha contra o Suicídio, o País trabalha com uma meta de reduzir em 10% a mortalidade por suicídio até 2020. De forma geral, para alcançarmos esse índice, demandamos de um planejamento de um conjunto de ações. Inclusive, pensando na criação de espaços de debate sobre o tema e construindo ambientes de acolhimento e atenção às pessoas que adoecem mentalmente”, cita a professora.
OS 4 Ds
Grasiella enfatiza que familiares e amigos devem atentar-se para os 4 Ds: depressão, desamparo, desespero e desesperança. “Os comportamentos relacionados à tendência suicida são variados. O fundamental é perceber o outro, o que ele diz e demonstra. Todas as pessoas que tentam suicídio avisaram sobre o problema, direta ou indiretamente. Uma dica importante consiste na observação cuidadosa e escuta qualificada. E, principalmente, acolher a pessoa sem julgamento. Caso precise de ajuda especializada, no Brasil, há o Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece atendimento gratuito pelo Disque 188”. prevenção ao suicídio