Em resposta à crise gerada pela pandemia da Convid-19, a maioria das empresas está incentivando o Home Office em várias partes do mundo. Mas, devido a grande demanda, a lentidão na navegação pode ser inevitável, como aconteceu na China, na segunda metade de janeiro, e na Itália, desde o fim de fevereiro, conforme monitoramento do site Speedtest.
No Brasil, a situação não é diferente. Ângelo Sebastião Zanini, professor e coordenador do curso de Engenharia da Computação do Instituto Mauá de Tecnologia, explica que o congestionamento é praticamente inevitável.
“Podemos pensar na Internet como se fosse uma cidade: cada casa ou apartamento seria um computador ou uma pessoa e cada rua ou avenida seria a via de ligação entre eles. Assim como as ruas, essas vias têm capacidade de tráfego limitada. Como há muito mais tráfego agora (videoconferências, filmes, mensagens etc) circulando, há congestionamento nos horários de pico”, detalha.
MEDIDAS PARA AMENIZAR O PROBLEMA
A capacidade das redes de telecomunicações não é infinita. Por este motivo, as empresas do segmento de telefonia e Internet podem tomar algumas providências para manter a segurança, estabilidade e o funcionamento das redes durante esse período de quarentena.
“A primeira providência é a de tentar dividir o tráfego por links diferentes. Ter somente uma avenida para trafegar a informação congestiona com mais facilidade do que ter várias em paralelo. A estabilidade dos sistemas está ligada à capacidade dos equipamentos em conseguir dar conta do processamento do tráfego e das solicitações. Redimensionar os servidores, roteadores e firewalls é fundamental”, alerta Zanini.
O especialista também reforça que, em relação à segurança, a preocupação agora é dobrada. “Como as informações corporativas trafegam entre a sede da empresa e os funcionários em Home Office, ter bons procedimentos de autenticação de usuários e de criptografia no tráfego da informação é fundamental, tal como VPNs”, diz.
APLICATIVOS
Com muitas empresas trabalhando exclusivamente de forma remota, aplicativos de comunicação empresarial e de videoconferência (Zoom, MTeams, Slack) também podem ser sobrecarregados com acessos. Por este motivo, o professor Zanini indica que as empresas adotem uma espécie de “código de conduta”.
“Ao entrar numa sala de videoconferência, por exemplo, habilitar a câmera, se apresentar e em seguida desligá-la, pois as imagens consomem muita banda. O mesmo com o microfone: ligar somente no momento em que vai falar e desligar”, conclui.