Itaquera Correndo para o Futuro

Por Rafael Fernandes -Historiador de Itaquera e Professor de História e Sociologia na Escola Professora Emília de Paiva Meira.

Muitos moradores de Itaquera e região conhecem o projeto “Correndo para o Futuro” e seu idealizador Francisco Carlos, o Fran. Mas poucos sabem como tudo começou. Nessa coluna contarei a origem de uma associação que tem mudado a história de muitas pessoas do nosso bairro.

Tudo começou em abril de 1998 quando o time “Kauê Futsal”, até então amador, precisava de um estatuto para participar de um campeonato. A solução encontrada foi criar uma associação, nascendo assim, a Associação Cultural e Esportiva Kauê Itaquerense. O nome “Kauê” foi em homenagem ao filho do Fran, que na época tinha em torno de 2 anos.

O time fez sucesso nas quadras e a associação cresceu de tal forma que para atender as demandas da comunidade outras modalidades como handebol, basquete, futebol para crianças, entre outras, começaram a fazer parte da AEC Kauê.

Porém, conscientes da importância e poder do esporte como ferramenta de transformação social, o time expandiu as barreiras dos campos e passou a atuar como uma alternativa para todas as pessoas que tivessem interesse em participar.

Com a ajuda de amigos, Fran pintou a Rua Nicolino Mastrocola, criando uma pista de atletismo que já foi visitada por profissionais e emissoras de vários países. Lá os moradores da comunidade podem treinar com orientação de profissionais. No momento ela está desativada por conta de uma obra na rua.

O programa, que começou incentivando os moradores do bairro a praticar exercícios físicos, mudou a história de jovens como o Rafael e o André, que se tornaram atletas profissionais graças ao incentivo e disponibilidade de todos os envolvidos.

O projeto funciona dentro da Associação Esportiva e Cultural Kauê. Entretanto, ela tem diversas outras iniciativas que atuam em outras áreas, como educação, saúde física e mental.

Durante esse período de isolamento social em que muitas famílias estão preocupadas por conta da falta de trabalho e o medo de contrair a Covid-19, a associação tem participado de forma ativa e solidária doando roupas e mantimentos, minimizando, assim, o sofrimento de muitas pessoas.

Num país com tanta desigualdade social onde jovens e adultos encontram diversas dificuldades de inserir-se no mercado de trabalho, tem servido de  trampolim e esperança de um futuro melhor.

O projeto, que nasceu de forma tímida e sem grandes pretensões, hoje tem reconhecimento mundial e merece não só uma coluna, mas todo o nosso respeito e agradecimento pelo excelente trabalho desempenhado.

Um agradecimento especial ao Renato Gomes, que colaborou para a realização dessa matéria.

Rafael Fernandes – Historiador
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