Especialistas do Centro de Contingência do Coronavírus ressaltam que as pessoas consideradas como grupo de risco – mais de 60 anos e portadores de doenças crônicas – devem permanecer em isolamento social
O prefeito Bruno Covas assinou neste sábado, dia 4 de julho, os protocolos setoriais com representantes de bares, restaurantes, salões de beleza, estética e bem-estar. Os estabelecimentos classificados na Fase 3 Amarela do Plano São Paulo poderão retomar o atendimento presencial ao público a partir de amanhã, segunda-feira, dia 6, durante seis horas e com 40% da capacidade, seguindo as diretrizes estabelecidas pelo documento.
As entidades setoriais enviaram à Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, suas propostas de protocolos sanitários de reabertura pelo site www.prefeitura.sp.gov.br/retomada. A equipe técnica da Coordenadoria de Desenvolvimento Econômico avaliou os protocolos dos setores e encaminhou para a vigilância sanitária, que validou as orientações.
DOCUMENTO
As entidades que assinaram o protocolo foram: o Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de São Paulo (Sindipan), o Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de São Paulo (Sinthoresp), a Confederação Nacional do Turismo (Cntur), a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a Associação Nacional dos Restaurantes (ANR), o Sindicato de Restaurantes, Bares e Similares de São Paulo (Sindresbar-SP), o Sindicato dos Profissionais de Beleza e Técnicas Afins (Pró-Beleza Brasil) e o Sindicato dos Estabelecimentos de Beleza do Estado de São Paulo (Beleza Patronal).
As empresas que não são associadas a essas entidades também deverão seguir as orientações do documento produzido entre a Prefeitura e os órgãos que representam o setor.
ANTES DA ABERTURA
Antes de retomar as atividades, os estabelecimentos deverão submeter todos os ambientes a um processo intenso de higienização e desinfecção. Funcionários que apresentarem sintomas de gripe precisarão ser testados antes de voltar ao trabalho e, os que fazem parte do grupo de risco, ou têm acima de 60 anos, deverão seguir o regime de teletrabalho. Após a reabertura, todos os colaboradores devem fazer aferição de temperatura e triagem rápida diariamente.
As recomendações de marcação no piso para filas, a não realização de eventos, evitar aglomerações, instalar barreiras acrílicas nos caixas, disponibilizar álcool em gel, higienizar as maquininhas de cartão de crédito a cada uso, e utilizar máscaras, também são as mesmas dos estabelecimentos abertos nas fases 2 e 3.
TREINAMENTO
Os estabelecimentos também são responsáveis por treinar e orientar seus funcionários para que todas as medidas sejam seguidas, bem como os clientes, evitando, assim, a proliferação do vírus na capital e nestes ambientes.
Os colaboradores que não têm quem cuide de seus filhos ou dependentes no período em que estiverem fechadas as creches, escolas ou abrigos, se não for possível o teletrabalho, o empregador deverá acordar com o empregado uma forma alternativa de manutenção do emprego, podendo utilizar os recursos previstos na legislação federal vigente.
ACADEMIAS
De acordo com o Governo do Estado, as academias também serão reabertas na Fase Amarela. Elas deverão ter ocupação máxima de 30% da capacidade, funcionamento máximo por 6 horas diárias, uso obrigatório de máscaras e entrada de clientes apenas com agendamento prévio.
Serão permitidas apenas aulas e práticas individuais, e os equipamentos devem ser limpos ao menos três vezes ao dia. As academias deverão suspender o uso de chuveiros nos vestiários, mantendo apenas os banheiros abertos.
OCUPAÇÃO DAS UTIS
Segundo Bruno Covas, a situação de hoje é bem melhor do que semanas atrás, quando chegou a ter 92% de ocupação de leitos de UTI na cidade de São Paulo. “Hoje temos uma ocupação abaixo de 60%. Já podemos começar a desmobilizar alguns equipamentos, como foi o caso, mais recente, do Hospital Municipal de Campanha do Pacaembu”, afirmou.
“A taxa da mortalidade do vírus na cidade é de 0,5%, bem abaixo do praticado em várias capitais europeias. Passada a fase mais aguda, já atingimos o platô e, portanto, é o momento de começarmos a reabrir a atividade econômica. O que nós conseguimos se deu graças ao apoio e envolvimento da população, que se sacrificou, teve que perder receita e diminuir, em alguns casos, postos de trabalho. Agora é o momento da retomada. O plano elaborado pelo Governo do Estado de São Paulo prevê que a flexibilização vá sendo ampliada, de acordo com os índices, e também de voltar atrás, caso os índices piorem”, disse o prefeito Bruno Covas.
AÇÕES DE CADA SETOR
Salões de beleza, estética e bem-estar
O atendimento ao púbico deverá ser feito exclusivamente por meio de agendamento, evitando filas de espera e de maneira individualizada, com a capacidade do local reduzida e em horários espaçados, para que se faça a devida higienização entre um atendimento e outro. Sempre que possível, o atendimento precisa ser feito em cabines individuais, por um profissional por vez e os clientes não poderão estar acompanhados por outras pessoas.
Os estabelecimentos terão que reduzir o número de pessoas no ambiente, limitando a 40% da capacidade, no caso da cidade se encontrar na classificação amarela do Plano São Paulo e 60% se estiver na classificação verde. Os estabelecimentos poderão realizar atendimento presencial durante seis horas diárias na Fase Amarela. O horário de funcionamento poderá ser alterado, de acordo com o regulamento municipal, conforme a evolução do Plano São Paulo. Poderá também ser implementado um horário exclusivo de atendimento para clientes acima de 60 anos ou que são do grupo de risco.
Os funcionários deverão utilizar touca, máscara reutilizável e óculos de proteção ou protetor facial, gorro, avental impermeável de mangas longas e luvas para tratamentos.
Tanto as barbearias quanto os salões de beleza deverão lavar os cabelos e orelhas dos clientes antes de iniciar o corte de cabelos para minimizar a possibilidade de contaminação. As esmalterias precisarão diminuir a quantidade de esmaltes expostos, usar luvas, higienizar a poltrona e a mesa de atendimento a cada cliente.
A distância mínima entre estações de trabalho deve ser de 2 metros, devendo ser utilizadas de modo intercalado, se necessário, e a distância entre os clientes de pelo menos 1,5 metro.
Bares e Restaurantes
O estabelecimento deve dar preferência para as vendas online, evitando ao máximo a presença de clientes no local. A capacidade de ocupação precisará ser reduzida a 40% enquanto a capital estiver na classificação Amarela do Plano São Paulo e a 60% na classificação Verde. Durante a Fase Amarela está proibido o atendimento a clientes que estejam consumindo os produtos nas calçadas.
As mesas, que não poderão ser ocupadas por mais de seis pessoas, devem ter 2 metros de distância entre elas e as cadeiras de pelo menos 1 metro. Os clientes só poderão consumir os alimentos dentro dos estabelecimentos se todos estiverem sentados, seguindo corretamente as recomendações de higiene.
As portas e janelas deverão estar preferivelmente abertas, privilegiando a ventilação natural e minimizando o manuseio de maçanetas e fechaduras. Em caso de ambientes climatizados, garantir a manutenção dos aparelhos de ar-condicionado, conforme recomendação da legislação vigente.
Os cardápios deverão ser disponibilizados por meio de plataformas digitais (site do estabelecimento, menu digital via QR Code ou aplicativo) ou cardápios de grande porte e visibilidade dispostos nas paredes do estabelecimento, como lousas, quadros e luminosos.
Os restaurantes que atuam com a opção de self-service e com sistema de pedidos para consumo no interior deverão disponibilizar garçons e colaboradores para servir os clientes devidamente paramentados com equipamentos de proteção individual.
O horário de funcionamento dos estabelecimentos deverá ser de 6 horas diárias, respeitando o limite das 17h, em função de determinação estadual.
A PARTIR DE 27 DE JULHO
No dia 3 de julho, o Governo do Estado anunciou os protocolos de reabertura e funcionamento dos setores de eventos, espetáculos culturais, museus, galerias, acervos, centros culturais, bibliotecas, cinemas, teatros e casas de espetáculo. Eles poderão reabrir parcialmente na Fase Amarela, assim como os locais com eventos culturais, com público sentado e lugar marcado.
O início das atividades culturais, eventos e convenções com público sentado será autorizado após 28 dias consecutivos da região na Fase Amarela. O município de São Paulo, por exemplo, que está nesta fase desde o dia 29 de junho, se permanecer na mesma etapa, poderá retomar essas atividades no dia 27 de julho.
Para estes setores, será necessário ter ocupação máxima de 40% da capacidade do local, funcionamento máximo de 6 horas por dia, público sentado, assentos com distanciamento mínimo de 1,5 metro e uso obrigatório de máscara.
A venda de ingressos deve ser exclusivamente online, para assentos marcados e horários pré-agendados, e será necessário controlar o acesso e o número de pessoas, observando a lotação máxima. O consumo de alimentos e bebidas deverá ser suspenso, garantindo que todos mantenham o uso das máscaras.
SÓ NA FASE VERDE
Grandes eventos e demais atividades culturais que geram aglomeração serão autorizados após 28 dias consecutivos do Estado de São Paulo na Fase Verde. As medidas incluem ocupação máxima de 60%, uso de máscara e marcações para delimitar a distância entre as pessoas (que poderão ficar em pé).
As vendas de ingressos devem ser exclusivamente online, com horários pré-agendados, e será necessário haver controle do acesso e o número de pessoas, observando a lotação máxima.
Possibilidades de atendimento
Na Fase Amarela, existirão duas possibilidades de atendimento: funcionamento máximo por 4 horas diárias ou funcionamento máximo por 6 horas diárias por 4 dias, desde que não haja atendimento presencial nos outros três dias.