O comércio não aguenta mais pagar a conta da pandemia

Por Roger Fildimaque - presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Itaquera

Desde o início da pandemia, um dos setores mais comprometidos com a situação foi o comércio local.
Diferente dos grandes players do mercado, que conta com poderosas ferramentas tecnológicas e um alto investimento em marketing digital, e ainda através de seus marketplaces ampliam ainda mais a sua renda oferecendo soluções para pequenos empreendedores que usam a ferramenta para sobreviver.
E não pense que vender online é uma solução milagrosa. Por  mais que ele se esforce, acaba perdendo um dos principais diferencias, que é o atendimento diferenciado e mais intimista.
A CONTA NÃO FECHA!
O que precisamos entender é que o comércio local muitas vezes está no formato familiar, onde os filhos e parentes participam ativamente na direção ou como funcionários do estabelecimento, impactando diretamente na renda familiar do empresário.
A nação lojista é o segundo setor que mais emprega no Brasil, e o que mais emprega pessoas com escolaridade incompleta. Preenchendo uma lacuna importante da sociedade.
Não podemos aceitar que os políticos profissionais, ou seja, aqueles que vivem da política, que têm seus salários garantidos, pagos por nós, contribuintes, e que sequer cogitam em diminuir para contribuir neste momento crítico da pandemia, tomem a decisão por nós. São políticos que não sabem o que é abrir a porta do seu estabelecimento todos os dias, gerar emprego, girar a economia e, mesmo se esforçando, nem sempre no  fim do mês o comerciante consegue pagar o aluguel, os funcionários, os impostos e ainda fazer sobrar dinheiro para sobreviver.
Entendemos a gravidade da pandemia e concordamos com o fechamento do comércio neste momento. Mas não podemos novamente pagar essa conta sozinhos. Outra questão é que não fecharam tudo e não colocaram regras para vender certas mercadorias. Por exemplo. Não é justo o pequeno lojista que vende eletrodomésticos, que geralmente pelo porte da sua loja, que não forma aglomeração, e por isso consegue ter um controle maior sanitário e melhor aplicação de medidas de prevenção do Covid, ficar fechado, enquanto os grandes supermercados continuam abertos. E muitas das vezes com as aglomerações e falta de controle sanitário, vendendo produtos não essenciais na parte de eletrodomésticos.
Absorvendo, de forma desleal, essa demanda do consumidor exclusivamente para eles e aumentado seus lucros em plena pandemia, como indica pesquisas recentes.

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