Centro Cultural e nova biblioteca: só no papel

Obra embargada há quase uma década frustra moradores da Zona Leste - Por: Dario Vasconcelos

Projeto arquitetônico do que seria o Centro Cultural de Itaquera - FOTO:Divulgação

É de conhecimento público e notório que a cultura é alternativa para salvar as vidas de milhares de jovens da periferia. Seja oferecendo espaços públicos como os polos culturais, através de manifestações artísticas ou nas próprias bibliotecas dos bairros.

Dessa forma, crianças e adolescentes são resgatadas do abandono intelectual e encaminhadas para um futuro melhor.

Aparentemente, parte do poder público discorda desse raciocínio. Ao invés de facilitar o acesso à cultura, ao lazer e à leitura, acaba colocando obstáculos.
Desde 2011 a obra do que seria a nova sede da Biblioteca Sérgio Buarque de Holanda, no centro de Itaquera, está parada. E o pior: não há previsão de retorno.

SONHO NO PAPEL

O novo complexo, de R$ 3,3 milhões, atenderia a população de Itaquera com um auditório, uma sala de leitura, um telecentro e duas salas de cinemas com capacidade para cerca de 150 lugares.

No entanto, problemas na execução da obra, como rachaduras nas estruturas, fizeram o projeto ser embargado. O contrato com a empresa que ganhou a disputa licitatória foi rescindido e o problema alcançou a esfera jurídica.

A IDEIA ERA BOA

A ideia original de construir um novo edifício para a biblioteca era muito boa. Afinal, a ampliação predial contaria com mezanino, praça interna, lanchonete e átrio.
Inclusive, à época, o projeto arquitetônico recebeu menção honrosa na categoria Edifício-Projeto (institucional), na Premiação do Instituto de Arquitetos do Brasil de São Paulo.

Só que o sonho de dias melhores se tornou um pesadelo para moradores e comerciantes. Isso porque o megaprojeto desenhado pelos arquitetos José Rollemberg Filho, Lara Melo Souza, Marília Gontijo e Wanderley Ariza não saiu do papel. E, consequentemente, frustrou as expectativas de todos.

SEM RESPOSTAS

A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Cultura (SMCSP) por telefone e e-mail para buscar um posicionamento atual. Mas até o fechamento desta matéria nenhuma resposta foi encaminhada.

Entre os questionamentos enviados à assessoria de imprensa estava o que a população de Itaquera poderia esperar da SMCSP para resolver a situação. Mas, pelo visto, nem eles devem saber.

Enquanto o poder público pensa e discute políticas públicas para combater a desinformação, por intermédio da leitura, no centro de Itaquera há um imbróglio a ser resolvido.

Por isso a insistência em procurar a secretaria. Para entender se há uma previsão de retomada da obra e se existe algum plano alternativo para assistir os moradores.

O Jornal Desenvolve Itaquera continuará acompanhando este caso até que as respostas apareçam. Como disse o poeta Érico Veríssimo, “de que serve construir arranha-céus, se não há almas humanas para morar neles?”

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