Corredores que não interligam e Terminal que não termina

O Desenvolve Itaquera traz novamente um assunto de extrema importância para o desenvolvimento da região: os acessos viários. Entre os temas de defesa das entidades Câmara de Dirigentes Lojistas de Itaquera (CDLI) e Núcleo de Desenvolvimento Socioeconômico de Itaquera (NDI), está o sistema binário, que poderia ser implantado entre a Rua Tomazzo Ferrara e a Avenida Aricanduva, para oferecer novas rotas de circulação.
O projeto vem sendo discutido há anos por lideranças locais e, mais uma vez, a reportagem entrou em contato com a SPTrans, para saber como a Prefeitura vê a implantação. Outra pauta levantada com a Prefeitura diz repeito aos corredores de ônibus Líder e Itaquera.
Abandonado e sem a zeladoria necessária, a via exclusiva para os ônibus segue inacabada entre a Cohab I e a Avenida Aricanduva. No encontro dos dois corredores, um desvio prejudica a fluidez do trânsito e coloca em risco a segurança de quem passa pelo endereço porque não tem iluminação e sinalização. Do canteiro de obras existente sobrou apenas o terreno, que virou depósito de lixo e entulho.

O QUE DIZ A PREFEITURA
Como resposta, a SPTrans informou que está em andamento a licitação para a contratação de empresa para as obras de implantação do Corredor Itaquera II, que será implantado nos seguintes eixos: Trecho I – Avenida Itaquera entre a Avenida Aricanduva e a Praça Francisco Daniel Lopes; Trecho II – Avenida Líder entre a Praça Francisco Daniel Lopes e a Avenida Itaquera. O cronograma das obras prevê a execução em 12 meses, a partir da primeira ordem de serviço.
Paralelamente, está sendo licitada a contratação de empresa para elaboração do Projeto Executivo dos trechos inicial (entre o Terminal Vila Carrão e a Avenida Aricanduva) e o final (entre a Av. Itaquera, desde a Rua Harry Dannemberg, até o centro de Itaquera, pelas Ruas Américo Salvador Novelli, Ladeira do Xisto, Rua Geraldo Vieira de Castro, Av. José Pinheiro Borges, baixos do Viaduto).
Especificamente sobre o sistema binário, nenhuma resposta foi direcionada.

O QUE JÁ FOI PAUTA
Quando a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU) propôs a criação de diretrizes de projeto urbanístico para o Polo Institucional Itaquera, incluiu no documento, de setembro de 2012, a mudança no sistema viário no entorno da Arena Corinthians, atual Neo Química Arena, construída para a Copa de 2014.
De acordo com o plano apresentado naquele momento, as obras propostas estavam enumeradas da seguinte maneira: 1 – Ligação Av. Águia de Haia – Av. Itaquera (projeto Siurb); 2 – Ligação Av. Itaquera – Av. Miguel Inácio Curi (empreendimento privado); 3 – Nova via de conexão Norte-Sul (diretriz do PRE Itaquera); 4 – Adequações na Av. Radial Leste e transposição em desnível da Av. Adervan Machado; 5 – Acessibilidade geral e fluxo viário interno da Rodoviária; 6 – Alargamento da Av. Radial Leste; e 7 – Binário da Av. Itaquera.
Dentro do prognóstico apresentado pela Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb), Itaquera deveria ser favorecida com pelo menos mais dois viadutos e um sistema binário de trânsito, no qual as vias passam a ter mão única de trânsito aumentando a fluidez do tráfego.

PLANEJADO
No final da Avenida Líder, esquina com a Avenida Itaquera, por exemplo, a Prefeitura planejou um viaduto que corta o centro do bairro, ligando a via diretamente com a Rua São Teodoro, no sentido da Avenida Jacu-Pêssego.
Outra via, no sentido bairro-centro, aumentaria a fluidez do trânsito para os veículos vindos da Jacu-Pêssego, além de desafogar o centro de Itaquera na saída para a Avenida Aricanduva, passando pela Nova Radial, próximo à Comunidade da Paz, Avenida Líder e Rua Harry Dannemberg.
Em 2017, em contato com a SPObras para saber mais sobre o andamento do projeto, a secretaria respondeu, a princípio, questionando a redação sobre qual seria o projeto binário da Avenida Itaquera. No dia seguinte a reportagem explicou sobre a existência do plano de quatro anos atrás.
No entanto, a assessoria da SPObras afirmou ter informações apenas sobre as obras dos corredores de ônibus, que seriam os da Avenida Líder e Avenida Itaquera.

TERMINAL ITAQUERA
Outra obra que faz parte deste novo complexo viário é do Terminal de Ônibus Itaquera. Também inacabado, a obra que deveria ser entregue inicialmente como um terminal rodoviário para a Copa de 2014, literalmente “empacou”. Muitas foram as matérias questionando o término dos trabalhos até que, neste ano, a Prefeitura soltou uma nota informando a retonada do projeto.
A divulgação aconteceu no dia 12 de abril, quando a SPObras lançou a concorrência para a contratação das obras remanescentes do novo Terminal de Ônibus Itaquera, que terá 36 mil m2 de área construída e a sua capacidade ampliada para receber novas linhas de ônibus e atender as transferências do Metrô Corinthians/Itaquera, e da CPTM 11-Coral.

MAIS 30 MESES
Após contratados, os trabalhos serão executados em 30 meses, contados a partir da ordem de serviço. O financiamento será feito pelo Governo Federal por meio da Caixa Econômica Federal (CEF). No total estão previstos investimentos da ordem de R$ 207,4 milhões, sendo R$ 60 milhões da CEF e o restante como contrapartida da Prefeitura. A abertura dos envelopes com as propostas estava marcada para o dia 13 de maio.

DEMANDA AMPLIADA
O Terminal de Ônibus Itaquera existente foi implantado em 1988 para dar suporte a um conjunto de linhas de ônibus integradas ao metrô. Com o crescimento da cidade e o cenário atual de alta demanda, a ampliação foi ficando cada vez mais necessária.
E, em uma iniciativa inédita no município, a empresa ou consórcio contratado deverá desenvolver um modelo digital de construção do novo terminal em 4D, através da metodologia BIM – Building Information Modeling – ou Modelagem da Informação da Construção.
O modelo digital vai permitir a emissão de relatórios de interferências, o planejamento da obra em 4D para simular a construção ao longo do tempo e reduzir os riscos do não cumprimento de prazos contratuais para execução das obras; e a extração de quantitativos de serviços, conforme orçamento referencial e seus critérios de medição, para alimentar o processo de acompanhamento, fiscalização e medição da obra.

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