Em um cenário cada mais competitivo e exigente, como é o do mundo do trabalho, existe uma grande parcela da população brasileira que compete em condições desiguais para acessar e permanecer em espaços que lhe assegurem remuneração e ambientes decentes para exercer suas atividades profissionais.
Em geral, são pessoas em condições de vulnerabilidade, para as quais pagar por boa uma formação acadêmica não é possível, pois são permanentemente desafiadas a assegurar a simples preservação de suas vidas em torno de elementos básicos como alimentação e habitação.
Assim, o ingresso e a permanência no mundo do trabalho se dão de forma precária, muitas vezes informais e degradantes, impactando a autoestima do indivíduo, o condicionando a não se enxergar como capaz de algo ou mesmo merecedor de condições dignas de trabalho e de vida.
Para mudar esse cenário, garantir acesso gratuito à educação profissionalizante de qualidade é fundamental e imprescindível para que se possa quebrar o círculo vicioso de reprodução da exclusão social, pois além de amparar o ser humano em uma dimensão individual, atinge também a esfera social coletiva, já que o entorno destas pessoas também se beneficia com o aumento da taxa de escolaridade de sua população.
Por isso governos, organizações sociais e a sociedade em geral são agentes importantes na promoção dessa qualificação, assim como em sua divulgação, facilitando o acesso à informação, às inscrições e a permanência dessas pessoas através de políticas públicas, que possibilitem também o acesso a transporte e alimentação. Do contrário, seguiremos desperdiçando potencialidades que serão perdidas ou permanecerão incubadas.