Adultização infantil: entenda riscos e como prevenir o problema

Fenômeno voltou ao debate após vídeo viral do influenciador Felca; psicóloga alerta para impactos emocionais, sociais e cognitivos dessa exposição precoce

A adultização infantil voltou ao centro dos debates após um vídeo publicado pelo influenciador Felca viralizar com mais de 32 milhões de visualizações. No conteúdo, ele denuncia a crescente exposição de crianças e adolescentes à lógica de consumo e visibilidade nas redes sociais, muitas vezes sexualizadas, pressionadas ou exploradas economicamente.

A preocupação com o tema chega até o Congresso Nacional, onde tramitam projetos de lei para regular o uso da imagem de crianças na internet.

Segundo a psicóloga Ana Claudia Favano, gestora da Escola Internacional de Alphaville, esse fenômeno representa uma ameaça ao desenvolvimento saudável. “A infância é uma etapa única. Quando pulamos etapas, comprometemos a formação emocional, social e cognitiva”, explica.

O que é adultização infantil?

O termo se refere à exposição precoce de crianças a padrões estéticos, comportamentos e responsabilidades típicos da vida adulta. Isso pode incluir uso excessivo de maquiagem, roupas que expõem o corpo, conversas inapropriadas, cobrança por resultados e ausência de supervisão digital.

Quais os impactos?

A adultização pode provocar ansiedade, insegurança, baixa autoestima e dificuldades de socialização, além de aumentar a vulnerabilidade a abusos. “As crianças não têm maturidade emocional para lidar com pressões adultas. Isso causa um descompasso prejudicial ao desenvolvimento”, afirma a especialista.

Como identificar?

Como prevenir?

Famílias e escolas devem oferecer um ambiente seguro, com estímulos compatíveis à idade. Isso inclui o incentivo ao brincar, limites claros, supervisão digital e diálogo constante. “Pais e educadores devem ser guardiões da infância”, destaca Ana Claudia.

Comportamentos que caracterizam adultização:

O que é adequado para cada faixa etária?

Até 3 anos: foco em estímulos sensoriais e brincadeiras livres
De 4 a 6 anos: imaginação, histórias, faz de conta
De 7 a 9 anos: esportes, jogos de regras simples, projetos lúdicos
De 10 a 12 anos: incentivo à autonomia com limites seguros

E se houver sinais de adultização?

Conversar com a família, sugerir atividades apropriadas e filtrar conteúdos digitais são medidas essenciais. “Preservar a infância não é atraso. É proteção e investimento no futuro”, conclui Ana Claudia.

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