Transformações de 2026

Mudanças que vão impactar equipes, processos e resultados

Em 2026, a competitividade das empresas vai depender menos de quem trabalha mais horas — e mais de quem trabalha melhor, com propósito, equilíbrio e tecnologia associada.

Para se manter competitivo, o empreendedor precisará colocar pessoas, processos e tecnologia no centro do planejamento estratégico, com a mesma importância dedicada a produto, faturamento e mercado.

A gestão de 2026 será marcada por três grandes forças: inteligência artificial, saúde mental e novas regras trabalhistas, incluindo o debate sobre o fim da jornada 6×1.

A IA não veio para “tomar empregos”, mas para automatizar tarefas — especialmente as repetitivas, previsíveis e operacionais. Isso libera o colaborador para aquilo que a tecnologia não entrega: empatia, criatividade, tomada de decisão, relacionamento e inovação. A capacitação será um diferencial competitivo: quem sabe operar tecnologia agrega mais valor ao negócio.

Segundo o Global Workforce Report – Gallup 2024, 62% dos trabalhadores brasileiros relatam sintomas de burnout, o maior índice da América Latina. Isso mostra que o fator humano será determinante para a performance das empresas.

A NR-01, atualizada, reforça que saúde mental é responsabilidade legal e estratégica do empregador. A norma passa a integrar riscos psicossociais — como assédio, isolamento, estresse, sobrecarga e conflitos internos — ao mapa de riscos ocupacionais.

Na prática, isso exige que o empreendedor mapeie fatores que adoecem a equipe, implemente ações preventivas, estabeleça rotinas de escuta, fortaleça lideranças humanizadas, promova feedbacks estruturados e incentive equilíbrio, comunicação clara e pertencimento.

Ambientes emocionalmente seguros reduzem turnover, aumentam engajamento e diminuem passivos trabalhistas. A discussão sobre o fim da jornada 6×1 reflete um movimento global: pessoas querem qualidade de vida, flexibilidade e melhores condições de descanso.

Além disso, o trabalho remoto e híbrido segue consolidado. Mesmo em micro e pequenas empresas, modelos mais flexíveis aumentam motivação e produtividade — desde que haja métricas, alinhamento e comunicação eficaz.

Quem quiser prosperar em 2026 precisará investir em duas frentes simultâneas: adotar tecnologia e cuidar de gente. As máquinas podem otimizar processos — mas são as pessoas que mantêm o negócio vivo.

Cintia Martins – Consultora Sebrae-SP 

Especialista em Gestão de Pessoas

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