Sonho sim, porque comerciantes e moradores que sofrem todos os anos com as enchentes em Itaquera não vêem a hora de que um projeto mais robusto possa ajudá-los a não terem mais as consequências negativas do não escoamento correto das águas pluviais no bairro.
O leitor doJornal Desenvolve Itaquera deve se recordar da publicação sobre a liberação de verba para dar início aos trabalhos do projeto para a construção de um piscinão na região. Para muitos, uma ótima notícia, principalmente para aqueles que sofrem com as enchentes toda vez que chove forte em Itaquera.
De acordo com as informações passadas pela assessoria do vereador Alessandro Guedes, no início deste ano, foram dois milhões que o parlamentar garantiu na lei orçamentária de 2018, para a elaboração do projeto de construção de um piscinão na bacia dos afluentes do Rio Verde/Jacu-Pêssego.
A partir deste momento, o trâmite passou a ser administrativo, junto à Prefeitura Regional Itaquera e a Secretaria de Obras. Quanto ao local exato da construção do piscinão, de acordo com as informações obtidas, caberá à regional indicar a sua localização no bairro.
Enquanto o projeto não sai do papel, o córrego Rio Verde acaba sendo um dos “vilões” para o problema das enchentes. Isso porque, da redação de acordo com moradores e comerciantes, o afunilamento de alguns trechos ajuda a prejudicar o escoamento correto da água.
Outra questão é com relação à má conservação do seu leito e a grande quantidade de lixo que nele é depositado. A reportagem chegou a entrar em contato com a Secretaria Municipal de Serviços e Obras (SMSO) para saber se há algum projeto de revitalização do córrego.
Mas a pasta informa apenas que o contrato para a execução de projeto da bacia do córrego Rio Verde foi suspenso pela gestão anterior por falta de recursos, e que a retomada deste contrato depende de verbas que não foram incluídas no orçamento.
“Por este motivo, a SMSO busca novas fontes de financiamentos”. Quanto à questão do estreitamento das margens do Rio Verde, a secretaria enfatizou que o canal do córrego não passou por afunilamento.
“A canalização existente é da época de construção da Avenida Jacu-Pêssego.” Do outro lado, a equipe recebeu informações de que os problemas estariam concentrados principalmente na altura do córrego que compreende o final da Rua Padre Viegas de Menezes e o início da Avenida Pires do Rio, devido ao assoreamento.
OBRA
Enquanto os trâmites seguem internamente na Prefeitura, no dia 8 de março deste ano, a Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras deu início a uma obra com o objetivo aumentar a capacidade de vazão de um córrego, afluente do rio Verde, que passa na lateral da Avenida Jacu-Pêssego (sentido São Mateus), na altura do número 580, próximo às ruas Monte Horebe e Cheiro Mineiro de Flor. De acordo com as informações, os trabalhos servirão para canalizar o condutor de água, para que ele desague no rio Verde, com a intenção de tentar evitar as enchentes na região e na própria avenida, bloqueada diversas vezes por conta dos alagamentos.
Os projetos para os reservatórios de contenção de enchentes
Os reservatórios para controle de cheias, popularmente conhecidos como “piscinões”, são estruturas que, além de auxiliar no controle de cheias, em alguns casos, podem ser usados para tratar a poluição carregada pela água nas cidades.
Os projetos para os reservatórios de contenção de enchentes são embasados em estudos da hidrografia local. Como são obras ligadas a eventos naturais, os reservatórios são dimensionados para atuar bem até um determinado limite.
O professor do departamento de engenharia hidráulica da Poli-USP, José Rodolfo Martins, lembra, porém, que o bom funcionamento depende de outros fatores, como a manutenção e a coerência às dimensões do projeto, por exemplo, para atender seu funcionamento.
PRINCÍPIOS BÁSICOS
É preciso levar-se em consideração o seu volume e, portanto, a área superficial que receberá o armazenamento, e a altura da lâmina d’água dentro do reservatório.
Há que se considerar o dispositivo de descarga, em geral um orifício que restringe a vazão de saída, de modo que a vazão de entrada na cheia, de maior magnitude, gere um acúmulo temporário de água dentro do reservatório.
Por fim, deve haver um vertedouro de segurança, que permite a passagem da água por cima do reservatório, quando ocorre uma chuva maior do que aquela que serviu de base para o projeto.
DIMENSIONAMENTO DO RESERVATÓRIO
“O projeto de um piscinão depende da pluviologia local. O projetista define um nível de risco para o projeto e associa este risco à probabilidade de ocorrência de uma chuva. Ao cair sobre a bacia hidrográfica em que está o piscinão, a água da chuva é, em parte, transformada em vazão. Assim, com a vazão de chuva que chega ao piscinão – estabelecido um determinado nível de controle para a vazão máxima de saída do reservatório – calcula-se o volume necessário para não haver extravasamento nas condições de projeto”, completa Martins.
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