Única opção para milhares de brasileiros, Sistema Público de Saúde vive disparo em atendimentos em hospitais que sofrem até com falta de sabão. Queda de investimento e aumento da demanda provocam situação de caos. Mesmo antes da pandemia do coronavírus era possível observar as filas enormes de atendimento, a precariedade no postos de saúde e a falta de médicos especialistas.
No Brasil, o debate sobre os principais problemas do Sistema Único de Saúde (SUS) geralmente é bastante polarizado entre os que defendem que o financiamento público é insuficiente e aqueles que dizem que o problema setorial é de gestão. Recentemente, pelo menos entre gestores e pesquisadores da saúde, tem se estabelecido consenso de que ambos os problemas comprometem o bom desempenho do sistema. Mas, aparentemente, esta compreensão está longe de ser realidade entre os que atuam na área econômica dos governos.
Um dos resultados é que o debate público se perde nessa discussão, e deixa-se de debater a relevância do investimento em saúde para o desenvolvimento econômico e social do país. É preciso investir mais em saúde pública no país, e isso significa alocar mais recursos para o funcionamento dos serviços com qualidade, para a ampliação da oferta e a melhoria da gestão.
Para começar, seria possível criar espaço fiscal com a redução do gasto tributário e dos subsídios, bem como com a diminuição dos juros da dívida pública. Tornar isso realidade não é fácil. Temos que debater mais sobre a importância da saúde e sobre como financiá-la. As escolhas do passado podem estar comprometendo significativamente o desenvolvimento econômico e social do Brasil.
Com a pandemia do coronavírus, a falta de investimento no sistema público de saúde tem prejudicado os atendimentos pelo país. As ações a longo prazo poderiam minimizar a situação que estamos enfrentando hoje. Com um setor de saúde menos fragilizado, teríamos uma rede mais preparada para suprir as necessidades da população.
Por Evando Reis Engenheiro e Consultor Empresarial
Discusão sobre post