Linha 2-Verde do Metrô

Luta pela preservação de árvores continua no Jardim Têxtil

Audiência aconteceu no dia 17 de setembro

Audiência aconteceu no dia 17 de setembro

No dia 17 de setembro, moradores, ativistas e técnicos participaram de uma Audiência Pública Semipresencial para falar sobre a polêmica envolvendo a retirada de várias árvores da Praça Mauro Broco, no Jardim Têxtil, para a construção de um pátio de manobras da Linha 2-Verde do Metrô.

Organizada pela Comissão de Administração Pública e presidida pelo vereador Gilson Barreto, autor do requerimento, na conversa ficou evidente que há a necessidade de reformulações no projeto da obra.

Quanto a ausência de um representante do Metrô, Gilson explicou que tem dialogado com a Companhia do Metropolitano pelo fato da Comissão ter encaminhado questionamentos ao Ministério Público. Este, por sua vez, já está em tratativas com o Metrô.

“Por essa razão o setor jurídico da Companhia do Metropolitano recomendou aguardar a resposta do MP. O assunto agora é uma questão pertinente a todo o parlamento de São Paulo”, argumentou o parlamentar.

O que deixou todos ainda mais inconformados foi que na notificação constava a autorização da Cetesb

O vereador Toninho Vespoli disse que o Metrô deve estar estudando algum tipo de saída, por saber que não foram cumpridos todos os protocolos necessários. “Todos querem o Metrô, mas é preciso observar o impacto que terá para a cidade e para as residências”, apontou.

A vereadora Edir Sales declarou que seu mandato também está acompanhando a questão com atenção e que o assunto merece o apreço. “Precisamos do Metrô, porém não podemos desfazer do verde na região”.

Também acompanharam a audiência os vereadores Fernando Holiday  e  Zé Turin.

USAR UMA ÁREA PRÓXIMA

O integrante do Fórum Pró-Metrô Linha 6, Cleber Silva Junior, sugeriu o uso de uma área próxima para substituir a utilização do espaço verde. O local citado trata-se de uma fábrica abandonada que tem dívidas com a União.

Felipe Moutinho, doutor em biologia e conselheiro do Cades Aricanduva (Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) pediu que os compromissos que o Metrô firmou com os moradores em reuniões sejam feitos por escrito.

Representando a Cetesb, Domenico Tremaroli, diretor de Avaliação de Impacto Ambiental, garantiu que o Metrô cumpriu as etapas de liberação. Ele sabe que, depois das reuniões, o órgão precisará realizar alterações.

MANIFESTAÇÃO

No dia 17 de agosto, moradores e comerciantes foram notificados pelo Metrô e pelo Consórcio Linha 2 – Verde, através de uma carta, da ação de supressão de árvores nativas e intervenção em área de preservação permanente.

O início da retirada estava marcado para o dia 19 de agosto e seguiria até setembro. Mesma data em que os moradores realizaram uma manifestação para mostrar que estão atentos a tudo o que está acontecendo e que vão continuar em cima do Metrô.

O que deixou todos ainda mais inconformados foi que na notificação constava a autorização da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Seriam retiradas 118 árvores de espécie nativas, 232 árvores de espécies exóticas e 5 árvores em estado fitossanitário mortos, totalizando 355 unidades arbóreas.

MEIO AMBIENTE

Na área existem exemplares de aroeira-salsa (Schinus molle), eucalipto (Eucalyptus sp.), figueira-benjamim (Ficus benjamina), ipê-de-el-salvador (Tabebuia rosea), jacarandá-mimoso (Jacaranda mimosifolia), jerivá (Syagrus romanzoffiana), pau-ferro (Libidibia ferrea var. leiostachya), romãzeira (Punica granatum) e sibipiruna (Poincianella pluviosa var. peltophoroides).

Segundo uma moradora, também já foram registradas na Praça Mauro Broco 108 espécies vasculares, das quais estão ameaçadas de extinção: cedro (Cedrela fissilis), pau-brasil (Paubrasilia echinata) e pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia).

Sem contar na enorme quantidade de aves que são diariamente atraídas pelas árvores, como o periquito-rico, maracanã-pequena, periquitão-maracanã, anu-branco, anu-preto, joão-de-barro, ferreirinho-relógio, guaracava-de-barriga-amarela, sabiá-laranjeira, sanhaço-do-coqueiro e cambacica.

 Fonte: Câmara Municipal de São Paulo 

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