Hoje vamos apresentar a história da Christal Silva e Bezerra. Moradora de Itaquera e atleta profissional do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa Marechal Mário Ary Pires (COTP), é uma das promessas da nova geração da ginástica brasileira. Lembrando que teremos Olimpíada em 2024, na França.
Mas todo este reconhecimento não veio por acaso. Pelo contrário. É fruto de mais de dez anos de muito treino, dedicação, entrega e, principalmente, apoio. “Com 4 anos de idade eu subia até nas paredes. Minha mãe até tentou me colocar no ballet, só que não deu certo. Me pendurava na barra!”, conta a simpática Christal.
Até que uma pessoa falou do centro olímpico. “Fiz a peneira e passei. Na época eu tinha uma babá, a Erenita, que me ajudava muito e me trazia para treinar. Ela está no meu coração. Comecei com a Bia (treinadora) e fui rendendo cada vez mais”, relembra a atleta que tem como inspiração a ginasta Flávia Saraiva.
AS CONQUISTAS
Não demorou muito para Christal, que compete nas categorias solo, salto, paralelas e trave, subir aos pódios e se destacar. “Com 12, 13 anos comecei a sentir mais a responsabilidade. Os treinos começaram a ficar mais intensos. Eram dois turnos: das 8h até as 12h e das 12h até as 16h30. Aos 15, 16 anos vieram as seletivas da seleção, no Rio de Janeiro, e passei a fazer parte do time do Brasil.”
AO LADO DE GRANDES NOMES
Morando em Itaquera, treinando no Ibirapuera, e ainda tendo que conciliar os estudos, Christal precisou se esforçar ainda mais para que o cansaço não a abatesse.
“Acordava as 4h30 da manhã para estar no Centro Olimpíco às 8h. Na verdade eu tinha que chegar um pouquinho antes pra me soltar, aquecer, alongar… Depois, à tarde, saia entre 16h30 e 17h. Chegava em casa por volta das 20h, 22h. Estava bem puxado mesmo. Não descansava nada”, revela.
Com as competições e as medalhas chegando, o estímulo para seguir em frente era cada vez maior. Estar no último Panamericano, por exemplo, foi uma experiência nova e muito significativa. Isso porque foi a primeira competição na equipe adulta e ao lado de grandes nomes como Jade, Rebeca e Lorrane.
“Nossa! Foi demais! Pra quem tem um sonho, como eu, digo: não desista. Vai ser difícil. Mas lute. Vão ter dias ruins e não tão fáceis. Mas um dia você chegará lá. Eu estou lutando por isso também!”, recomenda.
AJUDA PROVIDENCIAL
Até que, um dia, depois de matéria veiculada sobre a rotina da itaquerense e o Centro Olímpico, surgiu aquela ajuda mais do que providencial. A história da Christal chegou na Construtora e Incorporadora Graal, quando os CEOs Wagner Graziani de Almeida e Eduardo Almeida Viceconti, resolveram ajudar esta guerreira.
“Eu e minha mãe não acreditamos quando entraram em contato com a gente. Foi muito rápido. Fiquei feliz porque minha mãe estava sem emprego, aí veio a pandemia e tudo precisava se ajeitar.” Só que, o que seria muito bom, ficou ainda melhor, quando o patrocínio acabaria com um dos maiores desafio do momento, que era ficar cerca de quatro horas em deslocamento entre Itaquera e o Ibirapuera.
“Eles perguntaram o que nós mais precisávamos. Falamos que morávamos em Itaquera e a distância até o Centro Olímpico estava sendo o maior desafio. Foi aí que tudo aconteceu. Eles foram atrás de um apartamento a agora posso vir a pé pra cá. Tenho mais energia pra treinar, tempo pra estudar e até descansar! Estou muito, muito feliz.”
ALEGRIA EM AJUDAR
Este patrocínio, mais o apoio incondicional da mãe, Cleopatra Cristina da Silva, dos avós e da tia-madrinha Chambelly, já estão contribuindo para que a jovem esportista, hoje com 17 anos, cresça ainda mais.
Como o investimento é grande, toda ajuda é mais do que bem-vinda. Recentemente Christal ganhou também o apoio da Top English. “Era o meu sonho. Agradeço muito. Eu estudava sozinha, mas agora ficou bem mais fácil!”
Para o CEO da Graal, Wagner Graziani, a história da Christal é linda e deve ser compartilhada. “A nossa empresa sempre teve este viés social e já ajudou outros esportistas. Eu mesmo sou triatleta, participo de competições e incentivo os meus filhos. Quanto mais pudermos ajudar, mais estaremos contribuindo para o futuro de muitas pessoas”, observou.
Ele continuou. “A mãe da Christal cuida de tudo. Faz as roupas, está presente, acompanha. E nós apostamos que a Christal estará na próxima Olimpíada. Ela é muito boa atleta. As empresas precisam olhar para este público. Se uma doar as roupas, a outra pode ajudar com acessórios, calçados, malas, alimentos. Enfim, tudo ajuda”, destacou o Wagner.
“Estaremos sempre juntos com a Christal. Pensamos até em convidá-la para ser a garota-propaganda da Graal. Enquanto ela precisar da gente, estaremos juntos dela”, anunciou.
EXPANDIR O SOCIAL
E não é só isso. Wagner está de olho no que acontece em Itaquera e quer ajudar outras pessoas. “Começamos há 16 anos em Itaquera e expandimos. Temos mais de 2 mil unidades entregues só na Zona Leste e chegamos a outras regiões da cidade. Queremos retribuir todo este carinho com o bairro. Temos, inclusive, a ideia de criar um centro social”, revelou.
SOBRE O CENTRO OLÍMPICO
O sonho de muitos esportistas é ter a oportunidade de treinar em um centro olímpico e fazer parte de sua equipe profissional. “Minha vida está aqui. Eu vivo isso tudo. É algo que está dentro de mim e agradeço todos os dias pela oportunidade”, confessou Christal. Bolsa Atleta e ajuda de custo são alguns dos benefícios do Centro Olímpico, que tem como principal objetivo formar atletas. É um trabalho a longo prazo e que exige muita dedicação de cada um. Atualmente a Christal faz parte da Seleção Brasileira Adulta de Ginástica Artística e treina 8 horas todos os dias.
Pra quem ainda não conhece, o Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP) é um equipamento da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (Seme) voltado ao esporte de alto rendimento.
Funciona nos moldes de um clube com foco em esportes olímpicos, tendo crianças e jovens de 5 a 19 anos participando de competições municipais, estaduais, nacionais e internacionais, sem nenhum custo para os atletas ou seus pais.
Qualquer criança ou adolescente que esteja estudando pode ingressar nos quadros do Centro Olímpico, por meio de processos seletivos. O COTP oferece Atletismo, Basquete, Boxe, Futebol Feminino, Ginástica Artística, Handebol, Judô, Luta Olímpica, Natação, Vôlei e agora Levantamento de Peso Olímpico.
Para que tudo aconteça a Prefeitura conta com vários parceiros para que os atletas tenham acesso ao Bolsa Atleta, fisioterapia, médicos, ortopedistas e muito mais. Inclusive uma delas é com a Unifesp – Universidade Federal de São Paulo, que está por trás do centro médico. O COTP também é o único centro olímpico do Brasil que tem futebol feminino a partir dos 9 anos de idade. E nomes importantes do esporte, entre eles Hortência, Fofão e Walace, passaram por lá.
Atualmente são quase mil atletas que chegam através das chamadas peneiras. Elas são feitas mensalmente, dependendo da modalidade. Passando, os atletas têm acesso à alimentação, transporte, uniformes, inscrições em competições, entre outros benefícios. Para mais informações é só acessar o site da Secretaria Municipal de Esportes (https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/esportes/).
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