No dia 17 de outubro foi comemorado o Dia Nacional da Vacinação. A data foi criada pelo Ministério da Saúde, com o objetivo de reforçar a importância das vacinas para a saúde individual e também coletiva, já que as campanhas de imunização impedem que ocorram epidemias. Conhecidas por serem agentes imunizadores que previnem doenças, as vacinas ganharam ainda mais atenção nos últimos anos por conta da pandemia do COVID-19.
Segundo a pasta, através delas, foi possível melhorar a qualidade de vida da população, reduzir custos com medicamentos e internações, e até mesmo erradicar doenças, como é o caso da poliomielite. A primeira vacina desenvolvida no mundo foi no final do século XVIII, por Edward Jenner, um médico inglês que resolveu estudar a varíola. Ele constatou que algumas pessoas eram imunes à doença, pois já tinham se contaminado com uma doença semelhante à varíola, a varíola bovina (cowpox).
Ele decidiu então expor uma pessoa saudável à varíola bovina, que apresentou sintomas leves, apenas febre branda e pequenas lesões na pele. Depois de um período, ao fazer os testes com o vírus da varíola na mesma pessoa, foi constatado que ela estava imune à doença. Foi assim então que surgiu a primeira vacina no mundo. Com o tempo a vacina foi evoluindo e sendo produzida de maneira cada vez mais rigorosa.
O desenvolvimento de uma vacina começa na etapa pré-clínica, onde ela é testada em animais. Depois disso, na fase um, ela é testada em um pequeno grupo de voluntários. Na fase dois, mais de 100 voluntários participam para avaliar sua segurança e a resposta imune. Na fase três, milhares de pessoas participam e são comparadas com um pequeno grupo que não recebeu a vacina, mas sim um placebo.
“As pesquisas clínicas são fundamentais no processo das vacinas, pois elas garantem que o produto desenvolvido não irá causar nenhum problema para saúde pública. Os participantes dos estudos clínicos são selecionados através de um rigoroso processo, para garantir que os testes sejam eficientes para comprovar a eficácia da vacina nos grupos mais necessitados”, afirma Fernando de Rezende Francisco, Gerente Executivo da Associação Brasileira de Organizações Representativas de Pesquisa Clínica (ABRACRO).
Esse processo analisa o perfil do público e também as áreas de maior transmissão do vírus. Apesar de passarem por testes criteriosos, muitas pessoas costumam duvidar se de fato a vacina é segura e não irá causar nenhum efeito colateral. “Por conta dos testes clínicos já terem sido realizados com o insumo em questão, quando as vacinas ficam disponíveis para o público, o risco de acontecer algum efeito colateral não previsto é baixo”, diz Rezende.
Falta de legislação dificulta pesquisas de vacinas no Brasil
Apesar de ter uma variedade genética que pode favorecer estudos clínicos na hora de produzir uma nova vacina, não existe no Brasil uma legislação efetiva para regulamentar as pesquisas clínicas, o que afasta empresas interessadas em conduzir estudos no país. Isso faz com que o Brasil deixe de gerar empregos e até mesmo perca investimentos. Existe hoje em tramitação um projeto de lei, o PL 7.082/2017, que visa instituir o Sistema Nacional de Ética em Pesquisa Clínica com Seres Humanos e trazer outras melhorias para o ambiente de pesquisa clínica no Brasil.
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