O Brasil vive a maior pandemia de intolerância de todos os tempos e, consequentemente, temos um cenário de polarização que tomou conta das eleições deste ano. Esta realidade evidencia o quanto a sociedade vem retrocedendo na capacidade de viver de forma harmoniosa, pacífica e com empatia em relação à opinião do próximo.
As pautas que dominaram as campanhas e as mídias sociais foram regadas a embates agressivos e discussões pouco propositivas. Um leilão eleitoral para ver quem vai conceder mais auxílios e benefícios sociais, prejudicando diretamente as pessoas que mais precisam, pois vivem em regiões carentes e periféricas das grandes cidades do País.
A necessidade de se criar políticas públicas de incentivo ao desenvolvimento econômico das periferias nunca foi tão urgente e necessária. A Zona Leste da cidade de São Paulo, por exemplo, tem hoje mais de cinco milhões de habitantes e concentra pouquíssimas oportunidades de empregos no território.
Criar uma força-tarefa entre Federação, Estado e Município, em conjunto com os atores da sociedade civil, entidades de classe, empresários, sindicatos e lideranças regionais, para desenvolver um plano de ação e solucionar grandes problemas que barram o desenvolvimento econômico regional, nunca foi tão necessário.
Os desafios de empreender na periferia são muitos, mas vale citar: a falta de regularização fundiária, a precária infraestrutura em relação à telefonia e internet, os necessários ajustes no viário e na iluminação pública, a falta de investimento em capacitação de jovens para o mercado de trabalho e, principalmente, a ausência de arranjos produtivos com base nas vocações de cada comunidade.
Contudo, só será possível a construção de uma sociedade melhor, mais próspera, para nós e todas as gerações, a partir da compreensão que, somente a união, o protagonismo da sociedade cível, o diálogo e o respeito, vão possibilitar a implementação de políticas públicas de desenvolvimento socioeconômico da Zona Leste.
Que as nossas escolhas e preferências políticas não venham interferir na nossa missão de construir uma sociedade melhor, mais justa e próspera para as futuras gerações, através da promoção de políticas de estado no desenvolvimento socioeconômico das grandes periferias do Brasil.