Toneladas de entulho, móveis, eletroeletrônicos e objetos quebrados são lançados, todos os dias, em áreas de forma irregular por caminhões, carros particulares e carroças. Infelizmente, essa irresponsabilidade tornou- se um péssimo hábito. As mesmas pessoas que fazem isso reclamam de não serem respeitadas como moradoras da cidade. Criticam a Prefeitura por não limpar as ruas, bocas de lobo ou córregos. Por outro lado, jogam no chão os papéis de bala, pacotes de salgadinho ou bitucas de cigarro, mesmo estando ao lado de uma lixeira. Só na área administrada pela Subprefeitura Itaquera foram retirados 158.5 toneladas de materiais de todos os tipos, entulho e lixo entre os dias 30/01 e 07/02.
É incoerente o fato de muitas pessoas quererem uma cidade melhor quando elas mesmas destroem o bem público. Viver em sociedade não quer dizer que tudo estará resolvido em um passe de mágica. É justamente o oposto disso. Cada um precisa fazer a sua parte para que os resultados possam aparecer. Se isso não ocorrer, os cidadãos vão continuar em um eterno ciclo vicioso no qual uns põem abaixo enquanto outros são obrigados a reconstruir. É como se caminhassemos um passo para frente e dois para trás.
A Prefeitura pode apresentar diversas falhas em seus serviços, mas ficar limpando terreno sujo por causa da falta de educação de determinadas pessoas não é certo. Passou da hora de vivermos em uma cidade colaborativa, em que as ações públicas sejam direcionadas para resolver questões pontuais e não para dar atenção ao descaso da própria população. Despejar um caminhão de entulho na porta do vizinho é fácil, mas e se todos os moradores resolvessem jogar seus sacos de lixo em frente à nossa casa?
Pensar como cidadão também é ser parte da solução. Quem paga para alguém retirar detritos de um lugar para despejar em outro precisa no mínimo saber o que vai acontecer com aquilo. Onde será lançado? Vai prejudicar alguém ou causar algum dano ambiental? Infelizmente essas perguntas parecem não fazer sentido para certas pessoas. Então, só caberia a elas punições como prestação de serviços comunitários, limpando terrenos sujos, e bloqueio da atividade com a apreensão do caminhão, carro ou outro meio de transporte.
Talvez, dessa forma, os mal educados descobririam o significado da palavra empatia. Seria um jeito de entender que toda a ação gera consequência. Depois de despejado o primeiro caminhão de entulho, o espaço se degrada e outros desinformados passam a achar que podem fazer o mesmo. Com isso, o lixo aumenta e logo atraem bichos, como ratos, baratas e escorpiões. Assim, o que parecia inocente, apesar de inconsequente, toma grandes proporções e afeta toda uma vizinhança.
A existência dos Ecopontos não é por acaso. Aliás, foram criados justamente para que alguns tipos de materiais fossem direcionados para os lugares certos. E mais, já custam o nosso dinheiro, pois dispõem de funcionários todos os dias, caminhões e caçambas que precisam ser esvaziadas e repostas para receber nossas remessas de materiais.
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