Novo Terminal Itaquera poderá sair do papel

A SPObras retomou a concorrência para contratação das obras remanescentes do novo Terminal de Ônibus Itaquera. Por Vanessa Fernandes

A SPObras retomou no dia 24 de março a concorrência para contratação das obras remanescentes do novo Terminal de Ônibus Itaquera, após liberação do Tribunal de Contas do Município.

O empreendimento será implementado em área vizinha do terminal Itaquera já existente, ampliando sua capacidade para receber novas linhas de alta demanda do Metrõ (Linha 3 – Vermelha) e da CPTM (Linha 11 Coral).

A construção do novo Terminal Itaquera deverá beneficiar a população da Zona Leste que depende do transporte público, contribuindo para a melhoria da mobilidade urbana, garantindo o acesso de um maior número de pessoas ao sistema de transporte e aumentando a sua eficiência.


Aproveitando o tema, o Desenvolve Itaquera traz novamente um assunto de extrema importância para o desenvolvimento da região: os acessos viários. Entre os pontos de defesa das entidades Câmara de Dirigentes Lojistas de Itaquera (CDLI) e Núcleo de Desenvolvimento Socioeconômico de Itaquera (NDI), está o sistema binário, que poderia ser implantado entre a Rua Tomazzo Ferrara e a Avenida Aricanduva, para oferecer novas rotas de circulação.

O projeto vem sendo discutido há anos por lideranças locais e a reportagem chegou a entrar em contato com a SPTrans, para saber como a Prefeitura vê com a implantação. Outra pauta levantada diz repeito aos corredores de ônibus Líder e Itaquera.

Inacabado e sem a zeladoria necessária, a via exclusiva para os ônibus segue entre a Cohab I e a Avenida Aricanduva. No encontro dos dois corredores, um desvio prejudica a fluidez do trânsito. Do canteiro de obras existente sobrou apenas o terreno, que recentemente recebeu algumas intervenções.

O QUE JÁ FOI PAUTA

Quando a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU) propôs a criação de diretrizes de projeto urbanístico para o Polo Institucional Itaquera, incluiu no documento, de setembro de 2012, a mudança no sistema viário no entorno da Arena Corinthians, atual Neo Química Arena, construída para a Copa de 2014.

De acordo com o plano apresentado naquele momento, as obras propostas estavam enumeradas da seguinte maneira: 1 – Ligação Av. Águia de Haia – Av. Itaquera (projeto Siurb); 2 – Ligação Av. Itaquera – Av. Miguel Inácio Curi (empreendimento privado); 3 – Nova via de conexão Norte-Sul (diretriz do PRE Itaquera); 4 – Adequações na Av. Radial Leste e transposição em desnível da Av. Adervan Machado; 5 – Acessibilidade geral e fluxo viário interno da Rodoviária; 6 – Alargamento da Av. Radial Leste; e 7 – Binário da Av. Itaquera.

Dentro do prognóstico apresentado pela Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb), Itaquera deveria ser favorecida com pelo menos mais dois viadutos e um sistema binário de trânsito, no qual as vias passam a ter mão única de trânsito aumentando a fluidez do tráfego.

PLANEJADO

No final da Avenida Líder, esquina com a Avenida Itaquera, por exemplo, a Prefeitura planejou um viaduto que corta o centro do bairro, ligando a via diretamente com a Rua São Teodoro, no sentido da Avenida Jacu-Pêssego.

Outra via, no sentido bairro-centro, aumentaria a fluidez do trânsito para os veículos vindos da Jacu-Pêssego, além de desafogar o centro de Itaquera na saída para a Avenida Aricanduva, passando pela Nova Radial, próximo à Comunidade da Paz, Avenida Líder e Rua Harry Dannemberg.

Em 2017, em contato com a SPObras para saber mais sobre o andamento do projeto, a secretaria respondeu, a princípio, questionando a redação sobre qual seria o projeto binário da Avenida Itaquera. A reportagem explicou sobre a existência do plano de quatro anos atrás.
No entanto, a assessoria da SPObras afirmou ter informações apenas sobre as obras dos corredores de ônibus, que seriam os da Avenida Líder e Avenida Itaquera.

TERMINAL ITAQUERA

Outra obra que faz parte deste novo complexo viário é do Terminal de Ônibus Itaquera. Também inacabado, a obra que deveria ser entregue inicialmente como um terminal rodoviário para a Copa de 2014, literalmente “empacou”. Muitas foram as matérias questionando o término dos trabalhos até que, neste ano, a Prefeitura soltou uma nota informando a retonada do projeto.

Ele terá 36 mil m2 de área construída e a sua capacidade ampliada para receber novas linhas de ônibus e atender as transferências do Metrô Corinthians/Itaquera, e da CPTM 11-Coral.

MAIS 30 MESES

Após contratados, a ideia é que os trabalhos sejam executados em 30 meses, contados a partir da ordem de serviço.

DEMANDA AMPLIADA

O Terminal de Ônibus Itaquera existente foi implantado em 1988 para dar suporte a um conjunto de linhas de ônibus integradas ao metrô. Com o crescimento da cidade e o cenário atual de alta demanda, a ampliação foi ficando cada vez mais necessária. E, em uma iniciativa inédita no município, a empresa ou consórcio contratado deverá desenvolver um modelo digital de construção do novo terminal em 4D, através da metodologia BIM – Building Information Modeling – ou Modelagem da Informação da Construção.

O modelo digital vai permitir a emissão de relatórios de interferências, o planejamento da obra em 4D para simular a construção ao longo do tempo e reduzir os riscos do não cumprimento de prazos contratuais para execução das obras; e a extração de quantitativos de serviços, conforme orçamento referencial e seus critérios de medição, para alimentar o processo de acompanhamento, fiscalização e medição da obra.

No dia 12 de abril de 2022, pela concorrência lançada naquele momento o financiamento seria feito pelo Governo Federal por meio da Caixa Econômica Federal (CEF).

Enquanto isso, passados todos estes meses, nenhum anúncio ou intervenção foi realizada no terreno que fica ao lado do atual terminal. As únicas manifestações que ocorreram foram as denúncias de abandono da obra e, principalmente, sobre a “lagoa” que se formou em uma das fundações.

A reportagem chgou a entrar em contato com a SPTrans e questionou não apenas sobre as novidades quanto ao processo licitatório aberto, como com relação ao abandono do local e o acúmulo de água. Outro ponto importante é a vulnerabilidade do espaço. Os tapumes estão degradados e boa parte não existe mais.

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