É impossível ignorar a crescente sensação de insegurança que paira sobre as ruas da Zona Leste. Seja em Itaquera, São Mateus, Guaianases ou qualquer outro ponto da região, os relatos se repetem: assaltos a pedestres cometidos por criminosos em motocicletas, com foco em celulares, alianças e pequenos pertences.
Além disso, lojas e comércios têm sido alvo de arrombamentos durante a madrugada, deixando prejuízos e medo entre os empreendedores locais. Em matéria recente sobre segurança no comércio de Itaquera, a CDL destacou ações de articulação com a Polícia Militar, Polícia Civil e GCM para conter os avanços da criminalidade na região.
Diante desse cenário, é urgente reforçarmos uma mensagem essencial: é fundamental registrar o boletim de ocorrência. Muitas vezes, por descrença no sistema ou pela correria do dia a dia, deixamos de formalizar os crimes sofridos. O problema é que, sem esses registros, a realidade não aparece nos dados oficiais. É isso que acontece, por exemplo, com o bairro de Itaquera, que hoje aparece como uma região “verde” no Infocrime — um mapa de calor da criminalidade. Mas a “mancha fria” no gráfico não reflete o calor dos crimes que acontecem diariamente em nossas ruas.
Sem dados, não há força de cobrança. Sem números, as entidades de classe, como a CDL Itaquera, e os próprios moradores, perdem legitimidade ao pedir mais recursos ao poder público. E quando falamos em “cobrar”, não é de maneira hostil. É no sentido de colaborar com as forças de segurança para garantir que nossa região tenha a atenção devida.
Sabemos das deficiências enfrentadas pelos batalhões e delegacias da Zona Leste: faltam efetivo, frota e equipamentos. Justamente por isso, a união entre sociedade civil, comerciantes, lideranças e órgãos de segurança pública é essencial. Não há outro caminho.
A criminalidade é organizada. E nós, como comunidade, também precisamos estar organizados. Registrar, denunciar, dialogar, propor soluções. Esse é o papel de uma sociedade que deseja viver com mais dignidade e tranquilidade.
Vamos fortalecer essa corrente. Segurança pública começa na conscientização e passa pelo envolvimento de todos.
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