Risco com Mototáxi sem Regras

Prefeitura alerta para possível colapso na saúde e pede suspensão de decisão judicial

A Prefeitura de São Paulo entrou com pedido no Tribunal de Justiça para suspender a decisão que libera, já em 11 de dezembro, o serviço de mototáxi por aplicativo sem qualquer regulamentação. Segundo a administração municipal, permitir a operação sem regras pode ampliar acidentes, pressionar hospitais e inviabilizar a fiscalização.

O prefeito Ricardo Nunes afirma que a rede pública vive hoje o pior cenário da série histórica em acidentes com motociclistas e não tem estrutura para absorver nova demanda. Hoje, a capital conta com 262 leitos para traumas graves, número insuficiente para a realidade atual — e ainda mais para um serviço com potencial de dobrar o número de vítimas por ocorrência, já que cada acidente envolve condutor e passageiro.

Se liberar sem regra, já no primeiro mês a cidade vai sentir o impacto na porta dos hospitais. Isso prejudica inclusive cirurgias eletivas e atendimentos emergenciais”, afirmou o prefeito.

Agravamento dos acidentes na cidade

Os dados apresentados pela Prefeitura mostram o avanço das ocorrências:

Além disso, a frota de motocicletas na capital cresceu 56% na última década, aumentando a pressão sobre o trânsito e o sistema público de saúde.

Contradição judicial e falta de fiscalização

A Procuradoria Geral do Município classifica a decisão judicial como contraditória, pois reconhece que o serviço exige regulamentação, mas determina sua entrada em operação antes que as regras estejam definidas.

Sem regulamentação, não há:

Segundo o Município, operar sem esses controles tornaria a fiscalização impossível, abrindo brechas para veículos irregulares, motoristas sem preparo e risco elevado de acidentes.

O que a Prefeitura pede ao TJ

O pedido encaminhado ao Tribunal de Justiça solicita:

  1. Suspensão imediata da decisão, impedindo que o serviço opere até o julgamento do recurso no STF.

  2. Caso a liberação seja mantida, prazo adicional de 120 dias para concluir a regulamentação, realizar audiências nas 32 subprefeituras, integrar sistemas, definir critérios de segurança e reforçar a rede hospitalar.

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