A constatação é alarmante: aproximadamente 4 mil crianças e jovens vivem em condições precárias, sujeitos a uma extrema vulnerabilidade. Muitos deles se veem compelidos a pedir esmolas ou a trabalhar de forma irregular para sobreviver. Essa realidade chocante foi oficialmente revelada em um documento da Prefeitura, mas já era amplamente conhecida por aqueles que vivem na cidade ou a visitam.
Esse quadro nos expõe a um sentimento misto de vergonha e tristeza, especialmente considerando que essa metrópole é considerada a mais rica do país. A demora em enfrentar essa situação talvez esteja relacionada à difícil realidade que se apresenta: milhares de jovens destinados a serem marginalizados pela sociedade. Eles não têm acesso à educação nem a moradia adequada, vivendo à margem da sociedade e com perspectivas mínimas de uma vida melhor.
Infelizmente, há muito a ser feito, mas, sobretudo, é crucial reconhecer os erros cometidos até agora. As administrações das secretarias de assistência e desenvolvimento social se dedicaram anos a tentar abordar os problemas dos adultos em situação de rua, mas ainda não conseguiram encontrar uma solução definitiva. No entanto, órgãos municipais estão começando a buscar alternativas mais acolhedoras.
Assim como a Prefeitura enfrentou dificuldades para lidar com os adultos sem vícios em drogas ou álcool, ela também enfrenta o desafio das pessoas viciadas. São feitos esforços constantes para lidar com a conhecida “cracolândia” por meio de ações médicas, sociais e de segurança, mas sabemos que essa é uma questão complexa que requer estudo contínuo.
Após analisarmos superficialmente a situação dos adultos maiores de 18 anos, chegamos à realidade das crianças e jovens, que demanda um olhar mais cuidadoso e sensível. Esses meninos e meninas vivem na extrema pobreza e na fome, e dividem suas vidas entre momentos lúdicos, sonhos e desejos, contrastando com a dura realidade que enfrentam. Infelizmente, eles não conseguem visualizar um futuro como profissionais ou pais de família.
Nesse contexto, fica evidente a necessidade de um projeto mais amplo. O trabalho não pode parar, pois enquanto atendemos as necessidades atuais, mais pessoas são tragadas pelas dificuldades. Se essas crianças não receberem o respeito e o preparo necessários para a vida, é provável que acabem seguindo os mesmos passos de seus pais, encontrando-se nas ruas.
Esse ciclo deve ser rompido. A Prefeitura e suas secretarias precisam utilizar todos os recursos à disposição para combater essas situações terríveis. A cidade de São Paulo tem os meios e as empresas dispostas a ajudar. Além disso, há voluntários de todos os lugares prontos para colaborar quando o propósito é claro. Portanto, não podemos nos dar ao luxo de ignorar essa crise. Cabe a todos nós unir esforços nas áreas de psicologia, psiquiatria, pediatria, hebiatria e em outras disciplinas para encontrar soluções.
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