Esta é a pergunta que muitas pessoas estão se fazendo. O campus, localizado na Avenida Jacu-Pêssego, no terreno que abrigou a Fábrica Gazarra, de acordo com a leitora Irene Rossatto, parece estar “abandonado”.
Parte da estrutura criada para receber os primeiros cursos está danificada e o local não vem recebendo nenhuma manutenção. A sensação é que não há nada em atividade na unidade superior de ensino, segundo Irene.
O QUE DIZ A UNIFESP
A reportagem encaminhou um e-mail para a assessoria de imprensa da Unifesp com as informações recebidas. Através de uma nota, foi respondido o seguinte: “O campus da Zona Leste abriga, no momento, o curso de Geografia, que segue em andamento, e continua normalmente, com a expectativa de receber a segunda turma de estudantes agora, após o Enem. Os demais cursos de graduação não têm previsão de início porque demandam execução da pactuação junto ao MEC, em relação a recursos para reforma do campus, além de contratação de docentes e técnicos.”
HISTÓRICO
A Universidade Federal de São Paulo recebeu a incumbência, em agosto de 2011, de implantar três novos campi na cidade, sendo em 2014, aprovado pelo Conselho Universitário, a implantação do Campus Zona Leste.
De acordo com as informações contidas no próprio site da Unifesp, o campus é resultado não apenas da ação do Governo Federal e da Unifesp, como também da mobilização de movimentos sociais da região para a instalação de universidades públicas que atendessem a população.
Atuação esta que contou muito com o engajamento do Padre Ticão, que faleceu no mês de janeiro deste ano.
INDICAÇÃO DA GAZARRA
Em 2008, foi entregue ao então Ministro da Educação, Fernando Haddad, o documento com a reivindicação de levar uma universidade federal para a região de Itaquera.
Foi indicado o terreno da antiga Fábrica Gazarra, metalúrgica que faliu e tinha como endereço a Avenida Jacu-Pêssego, próximo à APA do Carmo.
Em 2011, a Unifesp deu início às negociações para a instalação do campus e participou da escolha do terreno da Gazarra, em conjunto com o movimento pela implantação da universidade, a Prefeitura e o MEC.
O terreno, de 173 mil m2, foi leiloado após a falência da fábrica e, poucos meses depois, decretado o interesse público para a sua desapropriação, que se consumou em janeiro de 2013.
AUTORIZAÇÃO
Em março do mesmo ano, a Câmara Municipal aprovou a lei que autorizava a cessão do terreno por 90 anos para a implantação do Campus Zona Leste, como parte do programa atual do MEC de expansão de 47 novos campi.
A prefeitura realizou Investigação Confirmatória, Investigação Detalhada e Projeto de descontaminação de solo, em função da atividade industrial. A Cetesb na época seguiu acompanhando o processo e autorizou a contratação de projetos e obras em parcela do terreno na qual não foram encontrados indícios de contaminação industrial.
AUDIÊNCIAS
Após três audiências públicas sobre a implantação do campus, realizadas na Câmara Municipal, na Assembléia Legislativa e na Zona Leste, em agosto de 2014 o Conselho Universitário nomeou uma Comissão Mista, com 12 membros indicados da universidade e 12 da sociedade civil.
Dentre os trabalhos da Comissão foram analisados e debatidos os cursos de graduação a serem implantados, as atividades de extensão universitária, já em andamento, os projetos de edificações e o cronograma de implantação do campus, para que pudessem ser definidos e aprovados nos conselhos centrais pertinentes e no CONSU.
PROJETO PEDAGÓGICO
O Projeto Político Pedagógico do Instituto das Cidades foi apresentado e debatido em seminário nos dias 13 e 14 de fevereiro de 2014, e aprovado na reunião ordinária do Conselho de Graduação, em 19 de fevereiro de 2014.
Em abril, o Ministério da Educação (MEC) manifestou-se favoravelmente ao projeto político-pedagógico do Instituto das Cidades, ratificando a pertinência do tema e o modelo de ensino interdisciplinar proposto.
Durante os meses de outubro e novembro de 2014, foi realizado um novo seminário para o aprofundamento do projeto pedagógico, em duas rodadas, totalizando quatro dias de discussões com 12 colaboradores, sendo cinco internacionais.
O DESFECHO
Em sessão histórica do dia 17 de dezembro de 2014, com a presença de representantes do Movimento da Zona Leste, o Conselho Universitário aprovou o novo campus, com diversas manifestações de apoio ao projeto inovador e estratégico do Instituto das Cidades.
No dia 18 de dezembro, a Reitora Soraya Smaili foi a Brasília e assinou a pactuação aprovada pelo Conselho, dando oficialmente início ao Campus Zona Leste.
Fotos da perspectiva do projeto do Campus da Unifesp Leste.
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