Parece até irônico. E é mesmo.
Um dos principais problemas desde que a pandemia começou é como evitar a aglomeração no transporte público.
Na manhã desta segunda-segunda, dia 15 de março, quando a cidade entrou na Fase Emergencial, o Terminal Corinthians Itaquera estava lotado. As composições do metrô, trens e ônibus seguiam cheios. Aliás, esta sempre foi uma reclamação dos usuários.
Mesmo com o endurecimento das medidas na Fase Emergencial, fotos publicadas em várias regiões da cidade mostram a realidade da grande maioria das pessoas: a necessidade de trabalhar para garantir o sustento da família e o pagamento das contas no fim do mês.
Em nota divulgada na semana anterior, o Governo do Estado enfatizou que cerca de 4 milhões de pessoas deixariam de circular na cidade de São Paulo com as novas restrições.
Para evitar as aglomerações no transporte público, o executivo pediu para que as entradas dos funcionários fossem escalonadas – para aqueles setores que estão autorizados a funcionar – justamente para evitar o que aconteceu neste primeiro dia da Fase Emergencial. Parece que não deu certo.
Estamos falando de uma metrópole, e não de uma cidade pequena do interior. As pessoas precisam atravessar a cidade para trabalhar. Eles têm os números de quantos moradores tem a cidade de São Paulo? Hum, quando foi o último censo mesmo? Acho que 2010, não é isso?
Bom, fato é que praticamente 80% das vagas de emprego estão nas zonas central e sul da cidade. Quem mora em Itaquera, por exemplo, pode demorar mais de duas horas para chegar ao local de trabalho, dependendo da localização.
Verdade é que a questão do transporte público na pandemia sempre foi um gargalo para os governos do estado e do município. E os seus líderes sabem disso.
Sem uma renda extra que possa ajudar no orçamento e com os gastos lá nas alturas, é bem complicado deixar de ir trabalhar para muita gente.
Tudo subiu! Só um exemplo: cada vez que você vai ao mercado é um susto. Onde já seu viu o quilo de Acem custar em torno de R$ 34,00? Estamos no Brasil! Onde milhares de pessoas estão desempregadas e sem receber o auxílio emergencial do governo federal!
Mesmo com máscara e álcool em gel passado a todo o momento, é visível o receio das pessoas em estarem ali dentro, na condução lotada. E será que elas podem se dar ao “luxo” de ficar em casa?
As estações Brás e Luz também tinham um mar de gente nesta segunda-feira. E, pelo horário, estão indo trabalhar. Não estão na rua à toa. O que é bem diferente.
Realmente é a uma situação bem complicada a que vivemos. A Covid-19 está aí, a vacinação começou há poucos dias e ainda temos muito a aprender com tudo isso. As pessoas precisam se cuidar, redobrar os cuidados, ficar em casa caso puderem, trabalhar e, claro, evitar aglomerações.
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