Conta o neuropsiquiatra austríaco Viktor Frankl – sobrevivente dos campos de concentração nazistas – que, ao observar diariamente as pessoas em volta, aqueles que buscavam um propósito maior e alimentavam a esperança de superar a adversidade tinham mais chances de sobreviver naquele ambiente hostil. Com isso, podemos refletir que viver exige um enfrentamento diário, de não deixar passar aqueles que nos parecem até ser pequenos sentimentos, pensamentos, que geram incômodos dentro de nós.
Imagine a típica cena de você assistindo à sua série favorita e comendo algumas coisinhas e, de repente, uma embalagem de uma das suas guloseimas cai no chão. É possível que você não a pegue imediatamente e esqueça, movimento que pode acontecer outras vezes e, quando você decide, ou a necessidade faz você olhar para debaixo do sofá, não tem só uma embalagem ali, mas foram acumuladas muitas outras coisas, não é?
Esta é apenas uma história para chegarmos a um campo mais delicado: as nossas emoções. Elas funcionam de maneira muito parecida com este exemplo, ou seja, se não olharmos para elas, no momento que se iniciam os incômodos, elas poderão acumular, crescer dentro de nós e se intensificarem até gerar um sofrimento profundo, que pode se tornar insuportável de carregar.
Por isso, alguns enfrentamentos são urgentes, não podem obedecer a uma regra de data ou horário, ou mesmo a um mês colorido de amarelo. Olhar para as necessidades, suas ou do outro, e buscar pelo que chamamos de rede de apoio, seja através de acompanhamento médico, tratamento psicológico, grupos de apoio, etc. é extremamente necessário para que sintomas não se aprofundem e a qualidade de vida seja retomada. Contar com alguém que confia, também pode ser uma poderosa ação pela vida, e perceber que a mesma intensidade que sustenta a dor, tem potencial para mover a vida em cada um de nós!
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