Por que morremos? A vida e a morte são completamente separadas uma da outra? Ou são intimamente inter-relacionadas? Há uma continuidade subjacente à vida em si? Refletindo sobre sua própria vida, o Buda buscou respostas para essas questões com coragem, tenacidade e objetividade. E a verdade que ele compreendeu é que a vida é eterna. A existência humana abarca tanto a vida como a morte. Ela continua fluindo eternamente, com uma força poderosa, repetindo um ciclo alternado de fases manifestas e latentes. O Buda percebeu esse fato no fluxo da própria vida. O significado da morte nessa concepção de eternidade é que a morte existe em benefício da vida. Assemelha-se ao ato de dormir, processo que nos provê o descanso que necessitamos para despertar novamente. A morte constitui um “meio apropriado” da vida. O propósito da morte é fazer a vida brilhar mais intensamente, ao passo que a vida consiste na atividade inata da existência. Vida e morte não se encontram em posições opostas; a morte existe em benefício da vida. “Em uma das escrituras budistas consta a história de uma mulher que havia perdido seu amado filho por causa de uma doença. Enlouquecida pela dor, a mãe perambulava pelas ruas com a criança nos braços e a cada um que encontrava pedia um remédio para revivê-la. Profundamente sensibilizada com seu sofrimento, uma dessas pessoas orientou-a a procurar o Buda. Assim a mãe fez. O Buda disse a ela que havia algo que poderia salvar seu filho. Ele pediu-lhe então que fosse até a cidade e batesse de porta em porta à procura de um punhado de sementes de mostarda branca. Porém, havia uma condição: as sementes deveriam ser obtidas de um lar em que ninguém tivesse morrido. A mãe apressou-se em direção à cidade determinada a encontrar a todo custo as sementes. No entanto, obviamente, não conseguiu encontrar nenhuma casa que atendesse ao requisito apresentado pelo Buda. Por fim, ela compreendeu que a morte é um fato inexorável do ser humano, e que não era a única pessoa que sofria com a perda de um ente querido”. O budismo ensina a eternidade da vida, mas não como uma resposta simplista à esperança de imortalidade acalentada pelas pessoas. (Quer saber mais? www.bsgi.org.br)
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