Vocês se lembram que no ano passado divulgamos a informação de que o Parque do Carmo receberia um memorial em homenagem às vitimas da Covid-19?
Nesta segunda-feira, dia 25, aniversário da cidade de São Paulo, uma pequena cerimônia marcou a inauguração deste espaço.
Uma escultura repleta de significados com “uma capsula do tempo”, foi doada pelo Ministério Público, em parceria com o Projeto Hígia Mente Saudável, à Prefeitura.
Neste mesmo dia, quatro mudas de ipês brancos foram plantadas no espaço. A subprefeita de Itaquera, Silvia Regina, participou da cerimônia.
HOMENAGEM
“A Prefeitura de São Paulo sentia uma necessidade de prestar uma homenagem às famílias e pessoas que foram vítimas dessa doença tão trágica, que é a Covid. Por isso iremos fazer este memorial, que talvez sirva não só para a cidade de São Paulo, mas para o Estado e para todo o mundo. A árvore significa a vida, e nós iremos fazer o plantio em alguns parques, de acordo com a mata nativa de São Paulo”, afirmou o secretário do Verde e Meio Ambiente, Eduardo de Castro.
O memorial representa a resiliência e a solidariedade humana, oferecendo um espaço físico de reflexão. O espaço convida os frequentadores do parque para um momento de esperança. Por isso, o ipê branco foi o símbolo eleito para representar esse momento vivenciado pela humanidade, dado seu caráter resiliente, contemplativo e medicinal.
PLANTIO
A ideia de plantar novas árvores em homenagem às vítimas da Covid na cidade de São Paulo nasceu de uma conversa entre o prefeito Bruno Covas e o Secretário do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo de Castro, e foi anunciada em 5 de junho do ano passado, Dia Mundial do Meio Ambiente, e teve início em 6 de julho.
Até o momento foram plantadas 3.338 mudas no Parque Natural Municipal Fazenda do Carmo e outras 3.303 no Parque do Carmo, totalizando 6.641 árvores de espécies nativas: araçá, ipê-branco, jequitibá-branco, aroeira-pimenteira, pitanga, goiaba, jabuticaba, paineira, cereja-do-rio-grande, uvaia, jatobá. Todas as mudas são provenientes do Viveiro Harry Blossfeld.
A diretora da Divisão de Arborização Urbana da SVMA, Priscilla Cerqueira, ressalta a importância dessa homenagem. “Nesse momento tão delicado que passamos, o plantio de árvores representa um carinho e respeito às famílias das vítimas, é uma lembrança viva dessas pessoas, presente ali no parque, um bosque arborizado que logo estará com flores e frutos”.
ESCULTURA
Para dar representatividade ao Memorial, a Prefeitura recebeu a doação de uma escultura feita pelo Programa Acolhimento de Vítimas, Análise e Resolução de Conflitos (AVARC), do Ministério Público de São Paulo, e pelo Projeto Hígia Mente Saudável. A obra foi idealizada pela promotora Celeste Leite dos Santos, pela oficial do cartório de registro civil de Americana, Fátima Ranaldo, e teve contribuições do promotor de justiça Sílvio Antonio Marques.
O monumento conta com uma cápsula do tempo, onde pessoas de todo o mundo poderão deixar mensagens de condolência e contar suas experiências no enfrentamento ao Coronavírus. As mensagens recebidas serão codificadas e transformadas em cápsulas, que serão depositadas na base da obra, contando a história daqueles que se foram e mensagens de condolências daqueles que perderam um ente querido.
As cápsulas serão lacradas na base do monumento memorial pelo período de 100 anos, para que se tenha uma memória fidedigna da pandemia para as futuras gerações. Clique aqui e saiba como registrar a sua memória.
“O memorial é um espaço de luto compartilhado, resgatando a consciência da necessidade de cuidarmos do meio ambiente e fomentarmos a solidariedade nas relações sociais. Estamos diante de uma nova categoria de bens jurídicos, os bens relacionais que possui dimensão intangível e integradora”, afirmou a promotora.