Para uma população de 2 milhões e 600 mil moradores (o número com certeza está desatualizado porque refere-se ao Censo de 2010), isso significa que inúmeras famílias precisam do SUS (Sistema Único de Saúde).
Se oferecer atendimento já exigia manobras gigantescas para atender a demanda antes da pandemia, imagina agora. Por isso que as reclamações não param e sempre haverá questionamentos que, muitas vezes, ficarão sem as devidas respostas.
O que não significa que está tudo bem quanto aos problemas que muitos bairros têm para ofertar os atendimentos de base, emergenciais e de alta complexidade aos seus moradores. Muito pelo contrário.
COMO FUNCIONA
Segundo as apurações feitas pela equipe do Jornal Desenvolve Itaquera, o sistema de atendimento gratuito funciona da seguinte maneira. Se a AMA (Assistência Médica Ambulatorial) entende que um determinado paciente apresenta um quadro grave e precisa de atendimento mais complexo, ela providencia o encaminhamento para uma UPA 24h (Unidade de Pronto Atendimento).
Chegando lá, se constatada a necessidade de uma internação, a unidade providencia a entrada do paciente em uma unidade hospitalar através do Sistema Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde), que tem como objetivo a distribuição adequada dos pacientes para as vagas de atendimento nas áreas hospitalar e ambulatorial.
Se for Covid, a vaga será procurada em um hospital da região que no momento recebe apenas pacientes com Coronavírus. Caso não seja, o setor de Regulamentação Central da Prefeitura irá avaliar qual será o hospital, se misto ou de não-Covid.
HOSPITAL PLANALTO
Em Itaquera, o Hospital Planalto está com o seu pronto-atendimento fechado. A unidade recebe no momento apenas pacientes encaminhados pelo Cross para o tratamento de Covid. Portanto, só entram ambulâncias na unidade.
Quem precisa de atendimento emergencial está sendo orientado a se dirigir a uma UPA. Nas proximidades há a unidade que fica na Avenida Pires do Rio, 294, Vila Americana (UPA 24h Tito Lopes); e da Avenida Miguel Ignácio Curi, 41, Vila Carmosina (UPA 26 de Agosto).
Outra opção é o Hospital Santa Marcelina (Rua Santa Marcelina, 177, Vila Carmosina). Vale destacar que o Hospital Tide Setúbal só está atendendo Covid e o Hospital Ermelino Matarazzo tem atendimento misto e porta-aberta.
ORGANIZAÇÃO SOCIAL SANTA MARCELINA
Muitas pessoas não sabem, mas o grupo Santa Marcelina, através da Organização Social (OS), tem um contrato de gestão com a Prefeitura para gerenciar todas as unidades de saúde de Itaquera, Guaianases, Cidade Tiradentes, Itaim Paulista e São Miguel.
O Hospital Cidade Tiradentes também faz parte deste sistema. No momento a unidade segue com o atendimento misto e no sistema chamado de “porta-aberta”, mas já chegou a atender somente pacientes transferidos com o diagnóstico de Covid.
Caso isso volte a acontecer, os moradores deverão buscar atendimento emergencial no PA Glória (Avenida dos Metalúrgicos, 2.820, Cidade Tiradentes) ou em hospitais como o Geral de São Matheus (Rua Angelo de Cândia, 540/541) e o Geral de Guaianases (Avenida Miguel Achiole da Fonseca, 135, Jardim São Paulo).
SUPORTE À DEMANDA
De acordo com as fontes ouvidas pela reportagem, a Prefeitura tem conseguido dar suporte à imensa demanda da região, e que há uma grande equipe empenhada e trabalhando para que o sistema consiga gerenciar todas as pessoas dentro deste complexo universo.
RECLAMAÇÕES
Nos últimos meses, a reportagem vem recebendo muitas reclamações referentes a problemas no atendimento à população, principalmente depois do início da pandemia.
Elas vão de falta de informações à demora no atendimento, longa espera por leitos, número de unidades hospitalares insuficientes e reclamações quanto à vacinação nas unidades de saúde.
A mais recente foi que, na unidade localizada no centro de Itaquera, pessoas estariam sendo beneficiadas ao passar na frente daquelas que esperam na fila.
Perguntamos inclusive sobre as denúncias de falsas aplicações da vacina que aconteceram em unidades do Bonifácio. Confira o que a secretaria respondeu:
“A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e da Assistência Hospitalar, informa que com relação aos novos leitos no Hospital Planalto para o atendimento de pacientes com Covid-19, os equipamentos são da própria unidade, além de novos fornecidos pela Secretaria Municipal da Saúde.
A SMS informa que o abastecimento de oxigênio no município ocorre dentro da normalidade. Para reforçar o abastecimento, foram encomendadas 19 mini-usinas, um investimento de R$ 9,5 milhões. Juntas, terão capacidade para produzir 9 mil metros cúbicos de oxigênio por dia.
As usinas estão sendo instaladas de maneira gradual nos seguintes equipamentos: Hospital Dia Capela do Socorro, UPA Jabaquara, Hospital Dia M’Boi Mirim II, Hospital Dia Flávio Gianotti, Hospital Dia Tito Lopes, Hospital Dia Campo Limpo, Hospital Dia M’Boi Mirim I, Hospital Dia Cidade Ademar, Hospital Sorocabano, Hospital Municipal Capela do Socorro (2ª usina), Hospital Dia Itaim Paulista, Hospital Dia São Matheus, AMA São José Pires, Hospital Dia Mooca, Hospital Dia Butantã, Hospital Dia Lapa, Hospital Dia Vila Guilherme, Hospital Dia Brasilândia e o Hospital Dia Sapopemba.
Qualquer informação sobre aplicação de vacinas fora dos padrões é devidamente averiguada. A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e da Coordenadoria Regional (CRS) Leste, informa também que em relação ao caso ocorrido na UBS José Bonifácio, a colaboradora em questão foi desligada da instituição.”
Discusão sobre post