Tudo o que se imaginava para o verão aconteceu. Durante as chuvas mais recentes não dava para saber se estávamos diante de ruas e avenidas ou rios, pois tudo foi coberto pelas águas. A única expectativa era a de descobrir o nível que as enchentes iriam atingir.
Mais uma vez, grandes perdas materiais e de vidas diante de discursos repetidos da Prefeitura. De acordo com as secretarias envolvidas e a Defesa Civil, foram feitas as limpezas de bocas de lobo, galerias e oferecidas as assistências às famílias prejudicadas.
Por outro lado, parte da população também continuou sendo responsabilizada por despejar nas calçadas os mais variados tipos de materiais e objetos, sem contar os lixos recicláveis e orgânicos. Além dos moradores, empresas ilegais de transporte de entulho seguiram e seguem despejando toneladas de resíduos em ruas, terrenos e calçadas pela cidade. Por fim, construtoras irresponsáveis jogam restos de concreto dentro das bocas de lobo.
Os anos e as administrações municipais passam, mas os problemas só se agravam. A diferença é que agora não adianta dar qualquer resposta aos contribuintes. Isso porque apenas uma pequena parte dos planos apresentados contra alagamentos apresentou resultados satisfatórios. Em um contexto mais amplo, praticamente todos os bairros sofreram.
Sendo assim, fica claro que projetos como os dos piscinões, até então satisfatórios para proteger os moradores, já não são suficientes. Nos últimos anos, o volume das chuvas vem sendo infinitamente maior do que há cinco ou dez anos. E essa constatação vem sendo apresentada por institutos de meteorologia desde quando eles surgiram. Portanto, não é novidade.
O que não dá para compreender é por que só a população enxerga isso!? As variações climáticas vêm causando danos progressivos em todo o mundo. Nesse sentido, por qual motivo em São Paulo seria diferente? Com a quantidade de informações disponibilizadas a todos, atualmente, parece até ingênuo a Prefeitura afirmar que determinada região não estava esperando por uma precipitação tão grande de chuvas. Será que as imagens de satélites estão erradas? Ou os agentes municipais estão confiantes demais em seus argumentos?
A verdade é que, apesar de tantas questões terem ficado sem respostas de novo, as secretarias ligadas ao combate contra os alagamentos estão dando graças a Deus pelas chuvas terem começado a diminuir. Com a entrada do outono e a chegada do inverno a administração tem a chance de fazer com que os planos antienchente continuem sendo implantados para 2024. Mesmo assim, surge outra dúvida: será que as ideias propostas vão acompanhar as mudanças do clima para o ano que vem? Infelizmente, hoje ainda estamos vendo concepções atrasadas em relação às tempestades de verão, ao relevo da cidade e as características de córregos e rios. É necessário mais estudo para evitarmos crises ainda maiores.
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