Empreender já é, por si só, um grande desafio. Ter um ou mais sócios torna o processo ainda mais desafiador. E ter um parceiro ou parceira de vida junto ao negócio pode tornar essa empreitada ainda mais desafiadora. Mas nem tudo são espinhos. Existe o bom e doce perfume das rosas também!
Como especialista em Comportamento Humano e Gestão de Pessoas, atuando há 12 anos no Sebrae, e realizando atendimento de consultoria para MPEs, o que mais me deparei foi com as questões de conflitos familiares associadas à gestão do negócio.
Falas como: “Não temos mais vida”, “Respiramos empresa 24 horas”, “Até nos almoços de domingo o assunto é empresa”, são as mais comuns.
Ter um CNPJ entre a família ou um casal é algo que deve ser considerado para que laços não sejam rompidos ao longo do tempo. Mas mantenha a calma! Existem soluções para tornar o processo mais leve.
Antes mesmo de escrever esse artigo, fui a campo e entrevistei alguns casais, que relataram que quando pensam em seus relacionamentos e parceria, identificam muitos pontos positivos. Vou mencionar alguns citados por eles:
1) Confiança: se sentem seguros em compartilhar um sonho, realizar um investimento, e a conta bancária;
2) Foco: ambos direcionando os esforços na busca pelo sucesso, para fazer dar certo;
3) Aprendizado e ajuda mútua: pelo fato de se conhecerem, podem se ajudar e um complementar o outro em relação às habilidades. Por exemplo: enquanto um é melhor com pessoas e realiza o atendimento, o outro faz a parte de controle e finanças.
Mas, como nem tudo são flores, alguns desafios também foram apresentados por eles:
1) Separar a vida profissional da vida pessoal, isso em relação ao uso do tempo, como também estar numa reunião de trabalho logo após terem um desentendimento de ordem pessoal e não deixar o fato transparecer, agindo com imparcialidade;
2) Caso o negócio seja a única fonte de renda da família e uma crise se apresentar, pode ser um grande fator complicador para manter a sustentabilidade financeira;
3) E, por último, e não menos importante, o estabelecimento de limites e a hierarquia, estabelecendo até qual ponto cada um tem autonomia e responsabilidade.
Algumas práticas podem corroborar para o sucesso dessa união empresarial, entre elas: ter uma comunicação clara e objetiva; manejar os conflitos sempre que surgirem e não esperar que se tornem grandes problemas; definir os papéis e atribuições de cada um; adotar técnicas de gestão do tempo, incluindo momentos de lazer para o casal e atividades individuais.
Também é importante destacar que, para um casal estar junto o tempo todo, tem os dois lados da moeda: haverá momentos de muito amor e compreensão, outros em que será preciso respeitar a individualidade e o tempo de cada um. E, nesse caso, a maturidade se torna essencial como parte do processo!
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